Sunday, February 28, 2016

Terapia metafórica: O dragão (parte 4)

Introdução:
O relato seguinte é a transcrição da quarta sessão metafórica da paciente apresentada no artigo "Terapia metafórica: O dragão  (parte 1)". Esta sessão é a última transcrita dessa minha paciente bem especial. Desejo muito sucesso para ela e sessões igualmente maravilhosas como as apresentadas nesse blog. Tenha uma boa leitura!

Imagem cedida por Ronaldo Schroeder


Quarta sessão
O dragão está bem brabo, de saco cheio. Ele tem vontade de ir embora. O olho da paciente está apagada. Ela se sente dividida. Ele sai brabo, vai no instinto. Ela fica no racional. "Como faço com as crianças?" Ela se vê vomitando. O dragão olha para trás. Ele se importa com ela. O dragão volta, conversa com a paciente e a abraça. Os dois pedem por uma luz para não meter os pés pelas mãos. A paciente está feliz que o dragão a protege. Ele tem um coração muito bom. Eles andam de mãos dadas, parecendo apaixonados. O dragão é muito querido e companheiro. Eles andam e olham por aí. O dragão parece um namorado. Ele a completa. Ele tem o mesmo coração como a paciente. "Você é muito especial Bota a cabeça para funcionar! Confio em ti! Vai dar certo!" Eles estão se abraçando. A paciente fala que se sente protegido por ele. Um está dentro do outro. A paciente lamenta que não o vê de carne e osso. Ela está muito apaixonada por ele. Ela passa mão na cabeça dele e pede a ele para não abandoná-la. Ele não responde. Ela acha tudo nele bonito. É um amor diferente, muito grande. Os corações estão unidos, criando um novo Ser. A forma humana misturada com dragão. A paciente deseja ver ele é tocar nele. "Você tem que acostumar olhar para dentro!" A paciente procura o contato interno. "Não me desampare!" Ela está entregando as rédeas da sua vida para o dragão pedindo que ele tome cuidado. "Meu amor é tão grande que entreguei as rédeas para ti!" Só não faz bobeira!" A paciente se vê nas costas do dragão saindo de moto.

Interpretação:
A paciente reestabelece a conexão com os seus instintos representados pelo dragão. Ela se torna um e preenche o vazio interno. Razão e instintos fundem. A paciente se entrega à vida na sua totalidade e abre mão do controle perfeccionista que só trouxe tristeza e desânimo para ela e seus filhos.


Na semana que vem começa uma nova trilogia com uma lombriga como personagem metafórica principal :) Não perca!

Monday, February 22, 2016

Terapia metafórica: O dragão (parte 3)

Introdução:
O relato seguinte é a transcrição da terceira sessão metafórica da paciente apresentada no artigo "Terapia metafórica: O dragão  (parte 1)". Eu vou continuar nas próximas semanas a descrever o desenrolar das sessões seguintes como se fosse uma "novelinha". Desejo uma boa leitura!

Imagem cedida por Ronaldo Schroeder


Terceira sessão
O dragão está sentado triste numa pedra. Os filhos da paciente aparecem. A paciente sente tristeza e um mal estar. O dragão está vomitando. Tem um sentimento de solidão. O dragão quer se isolar. Aparece a imagem de Maria ao seu lado. A paciente fica em silêncio, sente um nó na garganta e enjoada. Ela se vê vomitando. Maria está presente e coloca o seu manto. A paciente pede a Maria guiá-la e não abandoná-la. Ela sai com Maria andando. Maria coloca a mão no coração da paciente. O coração é uma pedra. Seus filhos vem correndo e a abraçam junto com mais crianças. Os filhos são pequenos, a paciente é grande e tem a forma do dragão. Aparecem mais crianças. "Vamos andar um pouco! Não sei como conduzí-los!" "Maria, não me abandona! Não vai embora! Não sei o que fazer! Tenho medo!" Maria responde: "Deixe eles soltos! Deixe eles livres!" A paciente sente que precisa de misericórdia. Maria diz que está dentro dela. A paciente sente muita paz. Ela levantou e foi andar no meio das flores. Ela se vê mudando de forma. Uma vez ela se vê como pessoa, outra vez como dragão andando no meio das flores.

Interpretação:
Maria aparece no trabalho metafórico da paciente como arquétipo feminino orientando a paciente como lidar com os seus filhos. A paciente relaxa, fica tranquila, andando no meio de flores.

Semana que vem leia a continuação das sessões! Vale a pena!

Sunday, February 14, 2016

Terapia metafórica: O dragão (parte 2)

Introdução:
O relato seguinte é a transcrição da segunda sessão metafórica da paciente apresentada no artigo "Terapia metafórica: O dragão  (parte 1)". Eu vou continuar nas próximas semanas a descrever o desenrolar das sessões seguintes como se fosse uma "novelinha". Desejo uma boa leitura!

Imagem cedida por Ronaldo Schroeder


Segunda sessão
O dragão parece muito brabo, vermelho e revoltado. Ele joga fogo nas pessoas e vai embora. A paciente se sente muito triste e desprotegida. Ele foi embora e ela não sabe o que fazer. Ele queimou tudo. "Agora vamos estar mais sozinhos ainda!" O dragão também está triste. Os dois estão perdidos, de cabeça para baixo e desconsolados. Eles estão vomitando. Ele é irracional e instintivo, ainda mais perdido do que a paciente. Ele a copia e a promete ficar perto dela. "Eu tenho que cuidar do dragão e dos meus filhos!" Ela sente que nem sabe cuidar de si mesmo. Seus filhos e o dragão a abraçam. "É demais! Eu não aguento! Eu preciso sair!" Os três ficam. A paciente entra na floresta desejando a sua morte. Ela faz um buraco e se enterra. Ela se sente desconsolada e deslocada, falando com Deus. Deus manda uma luz como uma semente plantada na terra. A semente está crescendo. Ela pede perdão a Deus, se redemindo. Ela transforma num pé de maçã muito bonito. Os três estão caminhando pela floresta, chegando no pé de maçã e comendo as frutas. Eles não sabem da identidade do pé de maçã. Eles estão bem. Ela fala com eles como árvore. Eles estão mais calmos, até o dragão. Não tem pressão. Ela inveja a paz de espírito deles. Ela ainda é uma árvore, sem movimento. Ela está fazendo fotossíntese, conversando com Deus, insatisfeita com a sua forma de árvore. Deus a explica que eles estão melhor sem ela. Ela os pressiona demais. Agora eles estão mais felizes. Depois eles voltam, comendo maçãs em paz. Ela se sente frustrada, fazendo fotossíntese com o desejo de se revelar para eles. Ela não sabe como vai ser. Eles vem, comem maçãs e saem de novo. Ela está triste que não pode ir com eles. Ela está presa. Deus está mandando luz. A árvore transforma num ser humano. Ela sente medo de agir como antes. Ela pede ajuda de Deus. Ela procura por eles, ainda com medo de não ter mudado. Ela está esperando, chorando e se sentindo vazia. Eles estão vindo. Ela está deitada no chão como uma mendiga. A sua filha diz para ela: "Mãe, não acredito!" Eles estão bem. A paciente se parece com uma bruxa velha. A sua filha a manda tomar banho. Os três estão bem. Ela não tem coragem de ir com eles. Ela está suja e não combina com eles. "Vocês estão em paz!" Ela não quer ser mais a mãe deles. Os três estão banhando a paciente. Ela não se sente confortável. Eles a banham, a vestem com roupas mais jovems e cortem o cabelo num estilo mais jovem. A paciente se sente ansiosa se vai funcionar.

Interpretação:
A patiente acessou seus instintos na forma do dragão, aprendendo a conviver com eles. Ela percebeu que pressiona demais os seus filhos e aprisiona os seus instintos. Ela sentiu a necessidade de transformação e o medo de continuar a mesma. Depois dessa sessão a paciente relatou que ocorreu uma mudança no seu comportamento com seus filhos. Ela ficou bem feliz com o processo e queria continuar a se trabalhar para não cair de volta na pressão.

Semana que vem leia a continuação das sessões! Vale a pena!

Monday, February 8, 2016

Terapia metafórica: O dragão (parte 1)

Apresentação da paciente:
A paciente me procurou na busca de ajuda para a sua filha ansiosa que estava com medo de ir para aula. A paciente relatou um medo parecido em relação ao seu trabalho.  A paciente era uma adolescente braba que se revoltava contra as regras da sua mãe e do seu pai frio. Ela saiu de casa, casou e separou, e agora está se sentindo perdida e sem energia para continuar. Ela tentou escapar da realidade consumindo medicação pesada e voltou para a casa dos pais sentindo suas pernas bambas. A paciente me falou que ela está numa busca espiritual para melhorar como pessoa mas sente que ela espera demais da sua filha e de si mesmo. Ela tem medo de fracasso e vive tensa. Ela queria mudar para ajudar a si mesmo e a sua filha.

Imagem cedida por Ronaldo Schroeder 


Primeira sessão
A paciente me conta que ela tem medo de sofrer. Ela sente que suas pernas estão derretendo, encolhendo ao tamanho de uma vela pequena. Somente a sua cabeça está acesa. Ela não tem corpo. Ela se sente enjoada e se visualiza vomitando. Uma luz vem de cima. A paciente sente que nada na terra importa, somente a sua devoção por Deus. Ela passa para um nível espiritual, se sentindo segura. Ela se visualiza vomitando na presença de Deus e pede ajuda divina. A paciente transforma de novo numa vela. A vela está acesa. Ela pede perdão por aquilo que ela fez. Tem um coração no meio da vela acesa. Ela fica parada. "Faz comigo o que queres!" Deus põe a mão dele no coração da paciente e apaga a vela. Ela tenta vomitar, mas nada sai. "Eu não compreendo! Fale comigo!" A paciente quer a presença de Deus em todo momento. Ela caminha com Deus na forma de vela acesa. Fale comigo! Eu não consigo te ouvir!" A paciente tem medo de se desviar. A vela fica maior. A chama foi apagada com água de lagoa. A paciente caminha no escuro numa floresta sem medo. Ela sente uma energia dentro dela. Ela está em paz. Uma outra vela acesa aparece e a abraça. Eles saem juntos para obedecer a vontade de Deus juntos. Ela chega numa cidade iluminada, de novo vomitando. Suas pernas estão derretendo, mas ela fala para si mesmo que ela vai melhorar. Uma luz vindo de cima faz que ela se sente melhor, mais forte e em comunhão. Ela participa em atividades comunitárias junto com uma outra vela bem carinhosa. De repente um dragão aparece. O dragão cuspe fogo, queimando tudo. Ele é feio e escamoso, balançando o rabo. "Não faça isso!" Ele não escuta. Ele está muito grande, queimando as casas. "Mais tarde vai se arrepender!" A paciente fala para ele que o odeia e o manda embora. Eu pedi para ela fazer as pazes com ele. "Você não é tão ruim!" Ele vem bem bonitinho ao encontro da paciente. Eles se abraçam. Ele coloca a paciente no seu colo e a abraça. A vela está só absorvendo.  "Vamos nos entender!" O dragão, a paciente em forma de vela e a outra vela estão se dando as mãos. O dragão está calmo e comportado. "Vamos ser amigos! Me ajuda quando preciso de forças!" O dragão fica com ela como um anjo de guarda, forte e calmo. Ele solta uma chama pequena. "Calma!" Uma luz ilumina o dragão, criando um laço de amor com o dragão. A outra vela está meio triste que a paciente só tem olhos para o dragão. Pequenas velas aparecem. São seus filhos. O dragão fica um pouco nervoso. "Seja paciente!" Eles vão para um templo orar. O dragão se queixa da sua vida cheio de regras. Ele quer bagunçar. Ele está entediado e ameaça ir embora. Ele vai abandonar a família e aprontar. Ele quer sair e se perder no mundo, "Não tem felicidade!" Ele precisa evoluir para um nível mais elevado. O dragão está pensando. Ele ficou contra a sua vontade. A paciente sugere que o dragão talvez possa contribuir com idéias para deixar a vida mais animada.

Semana que vem leia a continuação das sessões! Vale a pena!