As causas do sofrimento:
O budismo explica que existem dois tipos de sofrimento. Sofrimentos internos são aqueles que geralmente consideramos parte de nós, como dor física, ansiedade, medo, ciúme, suspeita, raiva e assim por diante. Sofrimentos externos são aqueles que parecem vir de fora, incluindo vento, chuva, frio, calor, seca, animais selvagens, catástrofes naturais, guerras, crimes e assim por diante. Não é possível evitar – nenhum dos dois tipos.
Como lidar com o sofrimento?
Se não dá para evitar o sofrimento, podemos nos perguntar o que ameniza e o que agrava o sofrimento. Conforme o budismo o apego agrava o sofrimento e o desapego o suaviza. Apego exagerado aos bens, à saúde, aos filhos, amigos e ao cônjuge causa uma dor terrível. Ambição e ansiedade são frutos do apego. Quem exercita o desapego não oferece resistência à perda e com isso se adapta mais fácil à nova situação. O cristianismo ensina ficar contente em qualquer circunstância, agradecendo mesmo em situações de dor. O pensamento é o mesmo: não oferecer resistência à situação mudada. A bíblia ensina que tem um tempo para tudo: nascer e morrer, plantar e arrancar, ganhar e perder.
A espiritualidade ajuda:
Independente da espiritualidade da pessoa, percebo na minha prática clínica, que as pessoas que conseguem aceitar a dor e a perda, achando consolo na sua fé, sofrem menos e se adaptam mais rápido à situação mudada. A revolta faz parte da condição humana e é uma reação natural à perda. Conseguir desapegar de bens e pessoas, agiliza o processo de luto e a readaptação. O apego exagerado prolonga o processo de luto e causa um luto patológico que pode durar décadas e até atingir a próxima geração.