Apresentação da paciente:
A paciente adolescente me procurou por indicação da sua tia que estava muito preocupada com os conflitos presenciados entre a paciente e a sua mãe. A mãe era separada, apresentava características de TOC, superproteçao e controle exagerada. A paciente se ofendida com as perguntas inquisitoriais da mãe e explodia. Quando ela tentava se controlar, reprimindo a raiva, a paciente entrava em pânico, chorava, se aranhava, se mordia e soltava grunhidos, rindo histericamente. A paciente é muito criativa e desenha muito bem. No seu tratamento psicológico com EMDR-J ela logo conseguiu entrar no nível metafórico e trabalhar os seus conflitos inspirada no animé "A viagem de Chihiro". Com a autorização da paciente estou transcrevendo as nossas sessões de imagens vibrantes mostrando um caminho criativo de cura.
Primeira sessão metafórica
A menina entra num parque. Na ponte ela encontra um espírito. A mãe tem medo de passar nesse trecho. A ponte vai até a casa. O espírito preto a embrulha numa bola preta. A mãe berra. O cenário muda. A menina entra no mar protegida pelo espírito. A mãe tem medo de água e berra: "Não chega perto do mar!" A menina entra num castelo. No castelo ela encontra meninos com quais se relacionou. Ela vê um menino em forma de dragão. Ela não quer falar com os meninos. A menina para em frente de um altar de cimento. O menino com qual se envolveu a leva para um quarto todo rosa. Ele está sem camisa. Alguém bate na porta. É a mãe. A janela está alta, a batida é forte. Ferrou! Eles saem e vão para o meio do mar. Eles estão flutuando e voando. Ele vai para uma outra direção. Eles se escondem atrás de pedras. Está vermelho em volta do castelo. Eles entram num subterrâneo e vão para a sala do Kamanchi. Tem caldeiras. Eles entram no fogo. Ela passa por um corredor sem o menino. Aparece uma mulher que a alerta que uma bruxa está atrás dela. A menina entra na sala da Jubaba e entra num buraco que vai para baixo. Ela está num chiqueiro onde ficam os desobedientes. De repente ela se encontra num milharal. Ela vê o azul do mar, em frente a civilização. Ela pula um precipício e volta. Embaixo está o mar. No milharal aparece um menino. O menino se transforma em dragão. A menina sobe nas costas do dragão. Tudo fica vermelho. O espírito preto os engole. Eles acabam saindo pelo olho do espírito. O monstro ainda está por perto. Eles estão atacando o gosma. Ela está coberta pela coisa preta. No mar passa um trilho com trem. O dragão volta para a forma humana e deita no trem. Ela tem medo no túnel e segura na mão dele. A paisagem é bonita. Depois de uma queda livre eles estão boiando na água. Ela segura na camisa dele e eles vão até o barro da margem. Uma trilha os leva de volta para o castelo. Tem um festival no castelo, uma festa para clientes. Eles estão numa casa de banhos. O menino a alcança uma toalha para se secar. Ela está com roupa bonita e tem que se apresentar. "Fazer o que para agradar?" Ela sente a necessidade de provar que não precisa de ninguém. Um outro menino aparece com a sua ex e a olha feio. Ela decide fazer um número com fogo, algo sensual, argolas misturadas com fogo. Ela olha para as pessoas, mas ninguém está impressionado. O dragão entra junto no número e domina o fogo com as mãos. Eles ficam impressionados. Tem monstros na plateia. O espetáculo acaba. Ela sai do palco e olha direto no olho dos meninos. Ela se sente sensual e dá um abraço no dragão. Jubaba quer vê-lá. Ela não quer e corre. Tudo está preto. Estão tentando lancá-la, mas ela escapa. O cara dos chás abre uma porta pequena e ela consegue sair. Ela tem que seguir, indo pela beirada até que chega em terra firme. Dois porcos estão rosnando, cobertos de sangue. O dragão aparece. Ela pula nas costas dele. O céu fica vermelho. Eles estão desviando dos monstros, indo bem rápidos. Eles atravessam o mar e chegam no túnel vermelho. Eles entram no túnel. Ainda tem coisas para acertar. Ela nada e mergulha, sai da água e entra num carro vermelho. Ela cai no chão seca. A estrada agora é de pedras. Ela passa um cemitério bonito e chega no asfalto, segurando uma sacola com pão e um bastão para se defender. Ela escala um poste e corre pelo fio, segurando sacola e bastão. Uma rua tranquila a leva até uma cidade grande. A paciente lembra de um outro filme. Ela lembra de Dubai. A cidade é colorida, embaixo a cidade é cinza e suja. Ela caminha na rua e encontra um senhor careca pedindo pão. Ela dá um pedaço bem grande. Ele divide o pão com a sua família. Ela corre rápido para evitar que outros também pedem. Ela chega num prédio bem decorado e colorido. É um prédio de executivos. A rua é sem saída. Ela se apoia no bastão e pula de telhado em telhado. O prédio se afasta. No telhado tem gatos pretos mascarados. Tem um corredor com uma parede vermelha, o céu com pôr-de-sol. Ela tenta encarar, mas dá uma recuada. Aparecem mutantes roxos atrás dela. Ela leva um soco, entra na casa, cai de um precipício no mar. O prédio desaparece. Ela se encontra no topo de um morro alto. Não tem como sair dali. Um buraco com elevador vai até o topo do morro. Uma toupeira recepcionista leva a paciente até um mundo subterrâneo. Ela se encontra no meio de uma rua larga em Tóquio. A toupeira dá um mapa e explica como chegar no prédio. Ela usa a mesma roupa como a menina do filme que ela lembrou. Ela achou o prédio, mas está desanimada. Ela entra no prédio. Tem um buffet, mas nada demais. Não tem companhia boa!
Leia mais na semana que vem! Vou transcrever a segunda sessão. Veja como a viagem continua!
Leia mais na semana que vem! Vou transcrever a segunda sessão. Veja como a viagem continua!