Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte1) me relatou que ela foi visitar a mãe. Tudo correu bem. A paciente resolveu deixar G (veja parte 7) no passado. Ela disse que agora ela ficou despreocupada com o seu lado feminino (veja parte 2). Pedi para a paciente focar no seu lado mulher para identificar as mudanças e verificar se ficou uma pendência.
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Ilustração: Duda Maria |
Oitava sessão metafórica:
A paciente está se olhando no espelho no seu apartamento. Ela está de vestido. A borda está ficando vermelha e rasgada. O cenário está mudando. Ela se vê andando na rua pisando numa poça. O cenário fica roxo. Ela se imaginou andando e esbarrando em tijolo. Ela ficou com estampa de tijolo. A paciente sente insegurança. Ela lembra que foi com sua amiga R e mais duas amigas para um pub. Elas viram dois caras estranhos de 35 anos. O lugar era pequeno e os dois as seguiram parecendo tarados. A paciente encarou um dos caras, mas eles não pararam. Foi muito desagradável. Elas pagaram a conta e os caras vieram atrás delas. Elas correram para casa. Ficou uma insegurança para sair de noite depois das 19:00.
Pedi para a paciente focar no acontecimento no pub para trabalhar o ocorrido no nível metafórico. A paciente visualiza o cenário do pub. Dois caras estão se aproximando. As outras pessoas ela vê somente como sombras. Os dois caras ela visualiza nítidos como gosma. Ela pega a sua bebida e a jogá na cara deles. Ela não vê a sua amiga R. O cara se transforma em baratas pequenas. A paciente tenta pisar nelas. As baratas estão se multiplicando. Ela sente muita agonia. Tudo está infestado. Ela pega a bebida e a joga no chão. O chão pega fogo e ela sai correndo. Ela foi para rua e vê um grupo de zumbis. Ela coloca a mão no bolso e tira um canivete. Ela vê uma luz e está saindo das sombras. Ela pega o canivete e sai correndo. Os zumbis estão a seguindo. Ela chega em casa de canivete e deita na sua cama. Está clareando. A noite acabou. Ela está olhando para o teto. A paciente volta para o pub num outro dia. Tem caraokê. Ela vê dois caras esperando o sinal para partir por cima dela. Ela está sozinha. Eles estão a agarrando. A paciente lembra de meninos que se aproximaram dela por interesse. Ela se sente suja e gosmenta. Ela tenta chuta-los. Ela fecha os olhos. Fumaça preta está se solidificando. A paciente pega um canivete dourado, dá uma facada e rasga a fumaça. Está saindo sangue da massa preta. Ela entra num rasgo. Tudo está vermelho. Ela sai num cano em Curitiba no meio da rua. Tudo está cheio de água vermelha. Caminhando pela rua a paciente tenta se livrar daquilo. Ela encontra um amigo. Ela conhece a galera de lá. A paciente desabafa sobre os amigos que se aproximaram por interesse. Ela se vê andando pelo parque. Vendo os amigos ela se tranquiliza.
Aqui termino o relato das sessões metaforicas dessa paciente. Ainda trabalhamos os seus conflitos escolares, sua aversão à matemática e sua ansiedade em relação ao futuro. A paciente conseguiu aproveitar cada sessão e usar os seus recursos para achar soluções criativas para os seus conflitos emocionais.