Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte 1) relatou no início da sua sétima sessão metafórica que ela se mudou para o seu apartamento. A primeira noite ela não dormiu bem. Ela convidou amigos para dormir com ela no AP e até convidou a mãe e fez um bolo para ela. A mãe não reclamou de nada. A paciente me contou sobre a sua angústia em relação ao menino G. Ela estava gostando dele e se sentiu traída por ele. Ficou uma pendência que ela queria resolver. Decidimos focar nessa sessão no seu relacionamento mal resolvido com G.
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Ilustração: Duda Maria |
Sétima sessão metafórica:
A paciente lembra de lugares que remetem a G. Ela lembra do prédio abandonado onde ela disse que gostava dele. No dia estava trovejando. Ela lembra do dia que eles se viam a primeira vez pessoalmente. Ele foi num evento por ela. Ela gosta dele porque ele é um desafio. Ela lembra da traição e se vê chorando no meio de travesseiros, se sentindo apunhalada, sem ódio mas com muita tristeza. Ela queria entender o que aconteceu. Ela vê a sombra embaixo das cobertas perguntando o que foi. Ela se vê no topo de um prédio com as pichações dele fantasiando com a sua morte. Ela cai do prédio junto com a sombra que se torna rede. A sombra a levanta do chão e sobe nas costas dela. A sombra é bem pesada e está a achatando. "Ele não liga! Só tu estás fantasiando! Não é recíproco!" A sombra pega na sua mão. Ele pediu o número dela. Eles marcaram para se encontrar na escadaria da igreja. Ela está muito nervosa, ele muito na dele. Ele parece distante. A paciente chora um pouco. Ela o vê se afastando. Ele virou sombra, está derretendo. Pessoas estão berrando É uma fenda está se abrindo. Ele caiu na fenda atraindo ela para lá. Ela tenta subir mas cai na fenda. A cabeça dele está girando num cenário preto, vermelho, azul e roxo. Ele a olha com desprezo a julgando inferior. Ela se sente pressionada, cava um buraco no chão e fica em posição fetal. Um vento bate e a descobre. Ela para na cabeça de G como se fosse cabelo dele. Ela se sente segura e começa a descer para o cérebro dele procurando nas gavetas cerebrais pelo motivo da traição. Ela só encontra folhas brancas. Ela chacoalha as bochechas dele querendo entender. Ele vai colocá-lá para baixo como B. "Melhor esquecer!" A depressão atrai. Ela quer tirar a pessoa da depressão. Foi ruim o final na escada. Ela tentou ser legal. Ela sente que todos estão a olhando e julgando. Ela foi muito infantil, sente vergonha e decepção. A paciente quer mostrar que ela amadureceu. Ela se sente constrangida se vendo num mar cinza do qual não pode sair. Os pais de G eram ricos. Eles se separam. G entrou em conflito com o seu pai e sua mãe foi embora. G ele virou menino de rua. Ele vive num mundo à parte.
Veja como a história continua na semana que vem!