Thursday, November 10, 2016

Terapia metafórica: "Caçando vultos" (parte 1)

Apresentação da paciente:
A paciente me procurou depois de algumas sessões frustrantes com EMDR clássico. Ela pareceu muito confusa e aflita em relação à sua vida profissional. Ela se sentia culpada por achar que estava desobedecendo a vontade de Deus de ser missionária. Ela sentia muito medo do diabo e relatou que fez parte de uma seita religiosa. A paciente contou que estava muito ligada ao seu pai que fazia tudo o que ela pedia. Ela sempre convivia com gente muito pobre, se sentindo culpada por ter mais condições. Ela se sentia obrigada de ajudar pessoas com problemas, sempre querendo pagar. A paciente se queixou de enxaquecas frequentes.

Ilustração: Filipe E. da Silva

Transcrição de onze sessões terapêuticas:
Primeira sessão
A paciente acessou a memória da sua primeira moradia. Ela se sentiu segura. Nós avançamos para a sua segunda moradia. O sentimento mudou. Ela sentiu medo e não quis voltar. Quando ela morava nessa casa, ela foi abusada e a empresa do pai faliu. Os seus pais brigaram muito nessa casa. A paciente se vê fugindo dessa casa, levando as chaves. Ela explica que está fugindo por causa do seu pai. Ela quer correr. Alguém está a seguindo. Ela pensa em se refugiar na casa do seu vizinho pobre que era muito legal. A paciente não se sente aceita. Ela não quer fazer parte. De repente ela sente raiva, quase ódio contra o seu pai. A paciente se sente ansiosa, sufocada, suando frio. Ela sente desprezo pelo pai. As sensações estão acalmando. Ela se sente diferente. A paciente está com medo de descobrir o que aconteceu. O seu pai fez algo muito errado. Ela se acalma, se sentindo feliz em casa. Ela se vê num buggy, deixando as sombras para tràs.

Continue lendo a segunda sessão na semana que vem!