Friday, March 18, 2016

EMDR-J: "A lombriga" (parte 3)

Introdução :
Em seguida apresento a terceira sessão de EMDR-J  da paciente apresentada em "A lombriga" (parte 1). Imagens de lembranças se misturam com imagens produzidas pelo inconsciente para facilitar a solução dos conflitos emocionais da paciente. 

Imagem da lombriga 

Terceira sessão de EMDR-J:
Na sua terceira sessão a paciente trabalhou a raiva do seu irmão terrível de forma metafórica. Ela visualiza a lombriga comendo e evacuado o irmão. Ele saiu vivo mas todo machucado. A lombriga queria mata-lo e o cheira para ver se ele está vivo. A lombriga dá uma paulada e o cheira. Ele tenta se enfiar num túnel estreito. A lombriga não consegue alcança-ló. Ela o rola numa rua de paralelepípedo, se enrolando junto dando suporte. Depois ela o joga para longe e vai atrás. Ela quer matar e no mesmo tempo não quer. Ele tenta se aproximar mas ela não permite. O seu irmão B está morrendo de câncer. Ela não foi vê-lo. O irmão terrível tenta acariciar a lombriga.
Mudamos o foco da sessão para o irmão doente (B). A paciente lembra flashes dele brincando com ela. Ele tinha 19 e ela 8 anos. "Por quê os homens não podem lavar louça?" O pai fazia o dia de sanduíche e depois a noite da pizza. Foi muito legal! B provocava na mesa. A paciente sente muita vontade de chorar. O irmão teve muitas oportunidades para mudar mas foi covarde. Ela olha para o processo do sofrimento dele e se sente impotente. É como entrar na água. Ela experimentou essa sensação com a morte dos pais. Ela visualiza água suja. Ela tenta nadar. Os seus pés prendem num galho. Ela se sente sufocando como se fosse morrer. A lombriga a salva. "Pode mergulhar!" Ela confia na lombriga e se deixa conduzir por ela. A lombriga a leva para uma caverna onde está B. Agora ela pode conversar com ele. Ela se vê chorando com uma criança de 11 anos. "Como ele está sofrendo!" Parece que ele ficou estagnado nessa fase de criança. Ele não tem entendimento. "Perdoa os pais, B!" O corpo dele está doendo. Tudo parece bloqueado. Ele chora muito. Ele é ignorante. Ela tenta falar na linguagem dele. Ela fala sobre perdão desejando libertação. A criança chora. Uma vez a paciente o visualiza como criança, outra vez como adulto. Ela o pede perdão por ter ficado magoado com ele. Ele falou que ela era uma galinha na sua juventude. Quando ele falou aquilo, ela tinha sentido vontade de mata-lo. A paciente sente tensão no pescoço. Ela está dando machadas em vários lugares, mas está sem coragem de mata-lo. Ele já está morrendo. Ele pergunta se ela está se sentindo melhor. "Não tem como mudar o passado, mas o presente e o futuro" foi escrito na sua alma. Ele a compreende.