Monday, April 24, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 5)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte 1) se queixou no início da sua quinta sessão metafórica que ela se sente usada em função da sua carência. Decidimos partir dessa sensação e ver que imagens o inconsciente iria usar para trabalhar o seu sofrimento. A paciente me contou com alegria e um certo temor que ela vai poder morar sozinha num apartamento bem no centro, perto de tudo.

Ilustração: Duda Maria

Quinta sessão metafórica:
A paciente se vê andando com o menino R. Aparecem os rostos de outros meninos do seu convívio girando em torno dela. Cada um tem uma borda de cor diferente. Eles aparecem com sorriso malicioso num plano preto. Braços a pegam, apertando o corpo. Com raiva ela morde a mão de alguém. Ela aumenta de tamanho, fica gigante e sai da caixa. Ela mete o pé na caixa e esmaga as cabeças. Saindo da caixa ela encontra grama e praia. A paciente sente culpa por ter esmagada a cabeça de B. Ela queria estar no seu apartamento,  tenta se imaginar nele, mas não consegue. Ela olha para a praia e a caixa vira uma caixa de presentes. A paciente vira um urso gigante laranja-amarelo. Depois a cor muda para azul. Ela teve um pesadelo. O urso canta a canção dos ursos para ela. Ela se vê no seu apartamento. A chave vem no dia 20. Ela vai dar uma cópia para a sua amiga R. A paciente se imaginou escolhendo as coisas para o apartamento. Ela está retomando o cenário da sessão passada onde ela aparece toda rabiscada. Ela se vê de cabelo curto com vontade de chorar. Ela vai para o chuveiro, a água está caindo e o cabelo está crescendo muito. Ela abriu o ralo e o cabelo foi pelo ralo. Ela se enxugou e sentou num sofa-cama. O ambiente está escuro. Tem uma árvore em frente do apartamento. "Eu posso ir lá fora!" Ela se desenha de cabelo curto se imaginando no meio da sala de bruços. As lágrimas estão escorrendo e as pernas estão moles e formigando. Ela olha para a porta. A luz ainda é sombria. O trinco caiu. Ela está trancada. A paciente se vê rabiscando as paredes e o chão em espiral. Ela desenha uma porta preta em forma de um traçado, encaixa uma maçaneta e abre a porta. Ela sai do apartamento. Lá fora é sombril e na rua tem uma neblina sombrosa. Ela tenta ir para um café. Tudo continua sombril como no apartamento que materializa a sombra. "Não deixe a parte cinza te dominar!" Ela está lembrando da música e dos shows. Ela se sente afastada dos seus colegas. Parece que falta força nas relações. Ela sente decepção, solidão e insegurança. Ela sempre foi amiga de todos, mas agora não se sente bemquista. Ela criou uma bolha. Pensando na vida ela sente vontade de chorar. Ela tem muita pressa de viver, quer histórias para contar. A paciente admira pessoas soltas. 

Semana que vem continua!

Monday, April 17, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 4)

Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "A viagem de Chihiro" apareceu na sua quarta sessão metafórica agoniada com a menina M. mencionada na segunda sessão (parte 2). Amigos comentaram no final de semana que M está se afundando em drogas e avacalha com muitos meninos. Decidimos começar a quarta sessão focando em M. Para compreender melhor o que acontece na sessão, a leitura da parte 2 é recomendada como pré-requisito.

Ilustração: Duda Maria

Quarta sessão metafórica:
A paciente se encontra de frente para M no caminho para o milharal. O céu é de um laranja forte. M aparece apagada, de cabeça baixa em roxo. O cenário se transforma num redemoinho. A paciente se vê no meio do furacão. Tudo é cinza e roxa. M está berrando de raiva, pedindo socorro. M está girando, perdendo forças e mais apagada. M está desaparecendo no mar. A paciente cai no mar. O céu está laranja e o mar muito escuro. Ela está afundando devagar. Está escurecendo. Uma baleia a engole. Ela cai no intestino rosa e sai nas costas. Ela vai para o céu para a asa de um avião. Tem uma camada de nuvens brancas. Ela vê uma baleia e um peixe flutuando. Ela tenta ir nas costas e no branco das nuvens. Ela consegue pisar nas nuvens. Tem fumaça em volta que torna o cenário cinza. A paciente está sentindo um pouco de medo. "M está voltando?" Embaixo domina a cor laranja. O mar está roxo. Ela encontra uma escada de folhas. A paciente vê baleias e sobe numa delas. Elas mergulham. A baleia freia e sai das nuvens num precipício perto do mar. Ela vê um outro castelo. Atrás o céu está girando cinza e roxo. Ela vai em direção do castelo. Pessoas estão a olhando com constrangimento. Ela se desloca rapidamente pelos corredores e quartos. Num quarto ela me vê escrevendo perto do piano. Cores diferentes causam sentimentos diferentes. O menino está num quarto. As cores estão embaralhando. Tudo gira. A sala branca está sem bolha. Tem pessoas. O corredor brilha. A paciente chega na sala onde estava o vírus. O vírus sumiu e tem cores vibrantes. Ela fica zona a e enjoada olhando para o redemoinho de cores. Parece um arco-íris. Ela tenta sair se questionando a respeito do futuro. Ela mergulha no redemoinho de cores como em água. Tem algumas janelas. A paciente se vê pequena indo para aula. Numa outra janela ela se vê como mulher desenhando. Numa outra janela tem uma cama de hospital. Ela vê o passado e o futuro. "Cadê a mãe?" No hospital a mãe está ao seu lado com cabelo laranja. Um bichinho puxou o ralo. A paciente cai no ralo e se encontra numa sala toda preta. Ela acha pedras e as taça na parede. Aparecem óculos. Ela coloca os óculos e enxerga bactérias pretas e uma parede laranja. As bactérias estão com medo, prontos para atacar. Tem janelas nas paredes. Ela está encostando numa parede. Uma bactéria assustada está atacando de leve. Ela tira a bactéria com nojo. As bactérias estão se reunindo para se defender. Elas formam uma gosma. As paredes estão girando em espiral, ficando menor. A paciente se sente zonza, as paredes a apertando. As paredes caem e ela se encontra numa selva. Tem uma montanha cheio de rochas e uma cachoeira. A paciente está experimentando vários cenários. Aparece uma sala com xícaras bonitas, um coelho branco como no filme "Alice" e muito chá. Ela está deitada, de barriga cheia, se vendo de cima. Ela observa o coelho que mexe nos bolsos do casaco. Irritada ela abraça o coelho. Ele é de pelúcia. Sonolenta ela anda pelo corredor. A mãe está dormindo no outro quarto. De camisolinha branca ela volta para cama. Ela abre a janela e pula. É um condomínio de filme. Ela está indo em direção à cidade, comendo num Subway. Ela está descalça com pé frio e preguiça.  Ela não quer ir longe. Os prédios estão amarelos. Tudo é pesado. Ela está deitada num caminhão vermelho. É cansativo. Dói a vista. Ela está na caçamba, olhando para cima. O caminhão a leva. Tem construções amarelas, um céu limpo e prédios pichados de São Paulo. Os prédios estão altos. Tem música criolo. Ela está muito cansada. O caminhão freia e ela se encontra embaixo de um viaduto em Curitiba. Ela se sente muito animada. Parece Japão. Tem pessoas.  Ela está frustrada que não achou todos que queria e que as pessoas aparecem bem rápido. Ela está chorando, agindo como criança. Um menino aparece e a acalma. Ele dá um milho para ela. Pessoas estão chegando. A paciente está aliviada. As pessoas estão apagando. Todos somem. As luzes estão se apagando. "Talvez não dá certo ir para Curitiba nos finais de semana." O cenário fica cinza e nublado. M aparece com cabelo solto dando risada. M diz: "Eu tenho todos eles! Tu nunca vais ter!" M parece louca, tomando remédios. M bloqueia a entrada, a paciente não consegue sair. M está mais alterada. Um ex de M está assustado e  se ajoelha. M está chorando. "Me poupe!" A paciente se vê andando sozinha pelas ruas de Curitiba. Ela está com a chave para um prédio iluminado. Ela deita e olha pela janela. É nublado e chuvoso. Como em B perto da loja da mãe. Olhando pela janela ela se toca que precisa fazer algo. Ela está sem fome e está desenhando em si mesmo. Ela percebe que está completamente desenhado. Ela fica triste com aquilo, ficando sozinha e toda pintada no escuro. Ela se ajoelha e percebe que se sente assim quando briga com a mãe. Ela põe o seu casaco cinza com capuz e vai para rua. Dá para ver que ela está toda riscada. As pessoas estão estranhando. Ela se sente muito triste e louca como M. As pessoas estão se afastando. Ela tem um borrão na sua cara. Ela anda sem sair do lugar. Ela tenta enfiar a sua cara no chão como um avestruz, mas não consegue. Ela fic com raiva e mais constrangida ainda. Ela está ajoelhada no chão. O menino se aproxima. Ela está no colo dele. Ela sente um incômodo e fica com raiva daquilo. Ela está correndo e chorando. Ela sabe que ele só quis ajudar. O menino a olha com raiva.

Semana que vem tem mais! Até logo!

Monday, April 10, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 3)

Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "A viagem de Chihiro" reviveu na sessão passada (parte 2) o cenário de um pesadelo que ela teve um tempo atrás. Na sua terceira sessão metafórica ela parte desse pesadelo e deixa se levar pelo trabalho do seu inconsciente para resolver os seus conflitos emocionais envolvendo medo e carência. 

Ilustração: Duda Maria

Terceira sessão metafórica:
A paciente volta para o cenário do pesadelo. No corredor aparece uma menina de cabelo laranja e rosto arrogante. A paciente segue em frente em direção da cidade. Ela vê um prédio grande. Olhando para trás ela vê uma junção de corredores. Ela está chegando à luz. A claridade está diminuindo. O prédio está alto e fino. Ela olha para cima e vê as janelas do prédio azul. As janelas estão quebrando e cordas saem das janelas. Tem um labirinto no prédio. A paciente começa correr. A cidade cinza desaparece. As paredes são de grama e o chão é de areia. Ela não sai do lugar. Ela caminha e corre. Ela foge do demônio que está lá, atravessa paredes e acha uma saída. O cenário é cinza da neblina. Aparecem um campo verde clarinho, céu azul e montanhas. Ela olha para trás. O demônio não consegue sair de lá. A paciente está caminhando, se aproximando da parede das montanhas. Tem uma entrada bonita, pesada para abrir e um elevador quadrado com os laterais transparentes. Ela chega em cima. Tem só um deserto. Faltam pessoas. No outro lado tem mais movimento. Ela anda e encontra cisnes enormes. Ela sente vergonha e medo de pedir para ir para o outro lado. Ela resolve pedir e sobe insegura. Tem ovos coloridos no outro lado e neblina laranja. Ela vai em direção de uma cidade que se afasta. A parede a suga. Ela entra. As cores são frias. Não tem ninguém. Os prédios estão vazios. Ela vê a porta de um shopping na cidade B. Tem pessoas. Ela queria encontrar a sua amiga R. A paciente não sabe o que quer fazer. Ela vai para outra escada rolante até a entrada para o cinema 3D. Ela passa um corredor rosa-branco listrado. Tem um espaço branco redondo. Uma parte flutua. É um filme de aníme. A paciente se encontra dentro de um videogame. Um vírus é o vilão. O cenário é laranja, azul e vermelho. Aparece uma arena com telões. O objetivo é destruir o vilão. Ela se posiciona em frente dele e se prepara para a luta. Aparecem os rostos de amigos e meninos com quais se relacionou. Tem armas. Ela sai da arena sem gravidade e aproxima dos telões. Tem uma multidão em cada um. Ela sabe que precisa fazer algo e tenta atacar o vírus de novo. O vírus se choca contra a parede. O lugar está diminuindo e a engolindo. Cada telão tem borda. O cenário está em rosa, amarelo e verde. O vírus revida e a jogá contra os telões. O cenário vira cinza. Tem um criação e o vírus desaparece. A paciente se encontra dentro da bolha. Ela fica com raiva quando ela surta com a mãe. Ela se vê no seu quarto berrando. Não tem como sair de lá. Ela se sente tensa, apertando tudo. A paciente está caindo num cenário preto. Ela se sente flutuando num vazio preto. A cabeça da mãe aparece. O cenário muda para laranja, amarelo e roxo. A mãe está calada, chorando em vermelho. A paciente se vê cruzando os braços. Ela não escuta o que a mãe fala. A paciente se vê por inteiro. Da mãe só aparece a cabeça. O cenário está azul claro. Quando ela se mexe, a mãe vai junto. Ela tenta se mexer. A mãe está se destraindo. A paciente acha um ralo com luz amarela. Ela está nadando até o ralo. Ela se sente culpada por ter enganado a mãe. A paciente vai para uma piscina e para o mar. Tem um píer de barcos. Não tem ninguém. Aparece a imagem de um menino que poderia fazer companhia. Ele a alcança uma toalha verde. Eles estão caminhando. O menino está de casaco roxo. Ela pede para entrar no casaco dele. Está bem quentinho e seguro. Ela se sente como um bebê. Ela atravessa a floresta e chega num castelo medieval com um tapete vermelho. Ela vê pessoas na mesa jantando. Parece que é a família do menino. A paciente sente vontade de rir com eles. Eles a oferecem sopa. Ela sai do casaco. Ele fica com vergonha e diz que ela está com vergonha. Ela pede se tem masmorra. Ele diz que não. Ela vê uma sala branca, bonita mas não luxuosa. No segundo piso tem vários quartos. O cenário é branco e dourado. O quarto dele é verde. É um quarto macio, em relevo com vista para o mar. O mar violento está batendo nas rochas. Ela vê o pôr-do-sol e volta para dentro do quarto. O pai entra feliz com caldeirão de sopa. O menino está envergonhado. Ela deita com o menino encostada no peito dele. As coisas estão ficando roxas e estão girando. Aparecem pensamentos ruins. Ela abraça a barriga dele. Ele a consola. Vem um sentimento ruim. Ela tem medo que o demônio apareça de novo. Eles levantam com o grito da mãe dele. A sala está vermelha-bordeaux. O pai está se transformando em demônio. A sopa ficou escura e as paredes estão derretendo. Um creme está sugando tudo e leva o menino. A paciente fica com raiva do creme. Ela come o creme e desmaia. Ela está num hospital vestindo roupa verde clarinho. Tem tubos. Ela não consegue se mexer. O menino está ao seu lado. Ela não consegue falar nada. Ele diz que vai ficar tudo bem. Ela acorda. Ele não está mais lá. O ambiente é agradável. O dia é bonito. O ambiente está cheio. Ela ficou internada porquê o estômago parou. A paciente lembra que a mãe cuidava dela quando ela ficou internada. Era um quarto particular com TV a cabo. A mãe estava de lado. A paciente não queria ir embora. Ela está olhando um tempo pela janela. O enfermeiro quer dar uma volta. Ela se sente muito desconfortável na cadeira. A enfermeira tira ela com a cama e passeia pelo hospital. A situação é confortável. Tem uma rampa no final do corredor. Ela tem medo que a enfermeira a solta. Ela sente vontade de colocar todos os remédios na boca. Os remédios são rosinhos. A enfermeira a deixa isolada numa outra sala. A paciente não quer que a enfermeira cuide dela. Só vestindo a roupa de baixo o menino faz curativos. A paciente me conta que ela tem uma fixação por curativos. Ela bota um shorts e uma camisa branca larga de menino. Eles saem do hospital. É um dia lindo. Eles estão andando abraçados na cidade B. com um pouco de medo mas se sentindo bem.

Semana que vem a história continua! Fique ligada nas próximas sessões! 

Monday, April 3, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 2)

Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "Viagem de Chihiro" me contou no início da sua segunda sessão metafórica sobre as suas lutas com a sua feminilidade. A mãe da paciente não representa uma boa referência feminina, mas cobra da sua filha que deveria se vestir melhor. A paciente se preocupa que os meninos poderiam a achar muito moleque. No decorrer da segunda sessão metafórica aparece a dificuldade de relacionamento e sua insegurança social representada pela bolha.

Ilustração: Duda Maria

Segunda sessão metafórica:
A paciente se vê no espelho e visualiza as roupas que vestia. Ela lembra da calça Tactel que vestia na sétima série e os tênis de menino de skate. Aparecem cenas do seu antigo colégio. A calça Tactel se destaca. V. era sua amiga, mas aprontava e falava mal dela. A mãe está passando pelo quarto. A paciente está se olhando no espelho. Ela lembra de um cara com quem ficou. Ele não se importava com o jeito como se vestia. Estão sentados no carro e um amigo diz que deveriam gostar dela independente da roupa. Ela lembra dos meninos com quais ficava e que gostaram dela. A paciente lembra que fez compras numa cidade. Ela não gosta de estilo feminino frágil. Ela tem receio de não ser levada a sério se ela se veste feminina demais. Ela teme ser desconsiderada. A paciente lembra de exemplos de feminilidade forte. A mãe dela não queria ser feminina para ser respeitada. A paciente lembra da mãe andando de bici. Quando a paciente foi num show ela se sentiu moleque e as outras meninas bem femininas. Um cara disse que ela tem que ser como ela é. M. é o ideal de mulher. A paciente sente ciúmes dela. Muitas pessoas acham M. irritante. M. aparece em cinza e roxo, a paciente amarela. M. está embaixo, a paciente em cima. M. está ficando maior. As pessoas atrás aparecem em verde e rosa. O olho da M. está vermelha. Aparece um amarelo que está ficando branco. O brilho diminue. Tem pessoas que estão contra M. A paciente admira M., mas M. A odeia. Tem pessoas apoiando a paciente. Uma cor azul está vindo debaixo. A paciente caiu no mar. Tinha amarelo em volta do corpo. Sua cor desapareceu no mar. M. está grande. A paciente abre a boca e mergulha no mar verde-musgo. Ela vê caveiras e nada para baixo. Ela chega numa praia com areia de um amarelo queimado. Ela entra num matagal, se embrulha numa toalha vermelha É vai para um abrigo de pedra. Ela sabe que tem que sair dali e sobe para pegar um táxi amarelo. O motorista de boné está fugindo de algo. A paciente sente um pouco de medo. A estrada vai em espiral. Tudo está girando em branco com preto. A estrada vira um prato. Ela cai num restaurante antigo com prato feito.Alguém está na sua frente. Tem movimento na rua e prédios. É final da tarde. Ela foi até o meio da rua. Pessoas estão fechando as portas e desaparecem. Tudo está congelando. É frio e ela está de shorts. A cidade C. é fria. Um amigo a emprestou um casaco cinza. O cenário é branco e azul. O amigo aparece com luz laranja. A paciente está com frio e vontade de chorar. O amigo a acolhe. Tudo vai ficar bem! Eles estão agachados num parque sem gelo. Ela sobe nas costas do amigo. Ela não quer se apegar mais ainda. Ela corre, o parque acaba e a água se torna violeta. Ela corre para um lado e cai num vazio. A paciente sente medo. Ela está escorregando. Aparece o cenário de um jantar. Ela está sentada na mesa com outras pessoas com a roupa simples que está usando na sessão. Ela sente vergonha de aceitar as coisas e nega comida mesmo que está morrendo de fome. Ela disse que não queria comer porquê achou que faltou prato. Ela se sente inferior. Parece que ela não merece comer. A paciente está chateada consigo mesmo. Ela se menospreza e criou uma bolha onde todos a odeiam. Ela foca naquela bolha e se vê numa sala branca vazia com grama no chão. Ela está sentada dentro da bolha de vidro. Pessoas tentam se aproximar, aranhando a bolha. A paciente teme que a bolha quebre. A sala é vermelha, preto e roxo. A bolha continua. Ela visualiza uma ilha suspensa. O mar é roxo. Bem distante ela vê uma cidade que irradia luz branca e amarela. O mar está agitado. Ela está se segurando na grama, arrancando pedaços. Tudo desmorona e ela cai no mar. Uma esfera cai em cima dela. A cidade está suspensa. Pessoas jogam cordas. Ela sai da água. A luz diminue quanto mais chega perto da cidade. A esfera e a Ilha continuam lá. A cidade é vermelha-bordeaux. Tem morcegos pretos. Ela teve que entrar numa casa. O cenário se parece com um pesadelo que a paciente teve. Era o início de um jogo. Ela teve que escolher crianças desaparecidas. No jogo tem um demônio com olhos vermelhos. Ela vê uma cesta de comida e um bicho. A paciente tenta sair dessa casa. Ela corre pela cidade, se apoiando nas paredes. Num corredor preto alguma coisa está vindo ao seu encontro.

Veja na semana que vem como a viagem continua na terceira sessão!