Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "A viagem de Chihiro" apareceu na sua quarta sessão metafórica agoniada com a menina M. mencionada na segunda sessão (parte 2). Amigos comentaram no final de semana que M está se afundando em drogas e avacalha com muitos meninos. Decidimos começar a quarta sessão focando em M. Para compreender melhor o que acontece na sessão, a leitura da parte 2 é recomendada como pré-requisito.
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Ilustração: Duda Maria |
Quarta sessão metafórica:
A paciente se encontra de frente para M no caminho para o milharal. O céu é de um laranja forte. M aparece apagada, de cabeça baixa em roxo. O cenário se transforma num redemoinho. A paciente se vê no meio do furacão. Tudo é cinza e roxa. M está berrando de raiva, pedindo socorro. M está girando, perdendo forças e mais apagada. M está desaparecendo no mar. A paciente cai no mar. O céu está laranja e o mar muito escuro. Ela está afundando devagar. Está escurecendo. Uma baleia a engole. Ela cai no intestino rosa e sai nas costas. Ela vai para o céu para a asa de um avião. Tem uma camada de nuvens brancas. Ela vê uma baleia e um peixe flutuando. Ela tenta ir nas costas e no branco das nuvens. Ela consegue pisar nas nuvens. Tem fumaça em volta que torna o cenário cinza. A paciente está sentindo um pouco de medo. "M está voltando?" Embaixo domina a cor laranja. O mar está roxo. Ela encontra uma escada de folhas. A paciente vê baleias e sobe numa delas. Elas mergulham. A baleia freia e sai das nuvens num precipício perto do mar. Ela vê um outro castelo. Atrás o céu está girando cinza e roxo. Ela vai em direção do castelo. Pessoas estão a olhando com constrangimento. Ela se desloca rapidamente pelos corredores e quartos. Num quarto ela me vê escrevendo perto do piano. Cores diferentes causam sentimentos diferentes. O menino está num quarto. As cores estão embaralhando. Tudo gira. A sala branca está sem bolha. Tem pessoas. O corredor brilha. A paciente chega na sala onde estava o vírus. O vírus sumiu e tem cores vibrantes. Ela fica zona a e enjoada olhando para o redemoinho de cores. Parece um arco-íris. Ela tenta sair se questionando a respeito do futuro. Ela mergulha no redemoinho de cores como em água. Tem algumas janelas. A paciente se vê pequena indo para aula. Numa outra janela ela se vê como mulher desenhando. Numa outra janela tem uma cama de hospital. Ela vê o passado e o futuro. "Cadê a mãe?" No hospital a mãe está ao seu lado com cabelo laranja. Um bichinho puxou o ralo. A paciente cai no ralo e se encontra numa sala toda preta. Ela acha pedras e as taça na parede. Aparecem óculos. Ela coloca os óculos e enxerga bactérias pretas e uma parede laranja. As bactérias estão com medo, prontos para atacar. Tem janelas nas paredes. Ela está encostando numa parede. Uma bactéria assustada está atacando de leve. Ela tira a bactéria com nojo. As bactérias estão se reunindo para se defender. Elas formam uma gosma. As paredes estão girando em espiral, ficando menor. A paciente se sente zonza, as paredes a apertando. As paredes caem e ela se encontra numa selva. Tem uma montanha cheio de rochas e uma cachoeira. A paciente está experimentando vários cenários. Aparece uma sala com xícaras bonitas, um coelho branco como no filme "Alice" e muito chá. Ela está deitada, de barriga cheia, se vendo de cima. Ela observa o coelho que mexe nos bolsos do casaco. Irritada ela abraça o coelho. Ele é de pelúcia. Sonolenta ela anda pelo corredor. A mãe está dormindo no outro quarto. De camisolinha branca ela volta para cama. Ela abre a janela e pula. É um condomínio de filme. Ela está indo em direção à cidade, comendo num Subway. Ela está descalça com pé frio e preguiça. Ela não quer ir longe. Os prédios estão amarelos. Tudo é pesado. Ela está deitada num caminhão vermelho. É cansativo. Dói a vista. Ela está na caçamba, olhando para cima. O caminhão a leva. Tem construções amarelas, um céu limpo e prédios pichados de São Paulo. Os prédios estão altos. Tem música criolo. Ela está muito cansada. O caminhão freia e ela se encontra embaixo de um viaduto em Curitiba. Ela se sente muito animada. Parece Japão. Tem pessoas. Ela está frustrada que não achou todos que queria e que as pessoas aparecem bem rápido. Ela está chorando, agindo como criança. Um menino aparece e a acalma. Ele dá um milho para ela. Pessoas estão chegando. A paciente está aliviada. As pessoas estão apagando. Todos somem. As luzes estão se apagando. "Talvez não dá certo ir para Curitiba nos finais de semana." O cenário fica cinza e nublado. M aparece com cabelo solto dando risada. M diz: "Eu tenho todos eles! Tu nunca vais ter!" M parece louca, tomando remédios. M bloqueia a entrada, a paciente não consegue sair. M está mais alterada. Um ex de M está assustado e se ajoelha. M está chorando. "Me poupe!" A paciente se vê andando sozinha pelas ruas de Curitiba. Ela está com a chave para um prédio iluminado. Ela deita e olha pela janela. É nublado e chuvoso. Como em B perto da loja da mãe. Olhando pela janela ela se toca que precisa fazer algo. Ela está sem fome e está desenhando em si mesmo. Ela percebe que está completamente desenhado. Ela fica triste com aquilo, ficando sozinha e toda pintada no escuro. Ela se ajoelha e percebe que se sente assim quando briga com a mãe. Ela põe o seu casaco cinza com capuz e vai para rua. Dá para ver que ela está toda riscada. As pessoas estão estranhando. Ela se sente muito triste e louca como M. As pessoas estão se afastando. Ela tem um borrão na sua cara. Ela anda sem sair do lugar. Ela tenta enfiar a sua cara no chão como um avestruz, mas não consegue. Ela fic com raiva e mais constrangida ainda. Ela está ajoelhada no chão. O menino se aproxima. Ela está no colo dele. Ela sente um incômodo e fica com raiva daquilo. Ela está correndo e chorando. Ela sabe que ele só quis ajudar. O menino a olha com raiva.
Semana que vem tem mais! Até logo!