Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "A viagem de Chihiro" reviveu na sessão passada (parte 2) o cenário de um pesadelo que ela teve um tempo atrás. Na sua terceira sessão metafórica ela parte desse pesadelo e deixa se levar pelo trabalho do seu inconsciente para resolver os seus conflitos emocionais envolvendo medo e carência.
Terceira sessão metafórica:
A paciente volta para o cenário do pesadelo. No corredor aparece uma menina de cabelo laranja e rosto arrogante. A paciente segue em frente em direção da cidade. Ela vê um prédio grande. Olhando para trás ela vê uma junção de corredores. Ela está chegando à luz. A claridade está diminuindo. O prédio está alto e fino. Ela olha para cima e vê as janelas do prédio azul. As janelas estão quebrando e cordas saem das janelas. Tem um labirinto no prédio. A paciente começa correr. A cidade cinza desaparece. As paredes são de grama e o chão é de areia. Ela não sai do lugar. Ela caminha e corre. Ela foge do demônio que está lá, atravessa paredes e acha uma saída. O cenário é cinza da neblina. Aparecem um campo verde clarinho, céu azul e montanhas. Ela olha para trás. O demônio não consegue sair de lá. A paciente está caminhando, se aproximando da parede das montanhas. Tem uma entrada bonita, pesada para abrir e um elevador quadrado com os laterais transparentes. Ela chega em cima. Tem só um deserto. Faltam pessoas. No outro lado tem mais movimento. Ela anda e encontra cisnes enormes. Ela sente vergonha e medo de pedir para ir para o outro lado. Ela resolve pedir e sobe insegura. Tem ovos coloridos no outro lado e neblina laranja. Ela vai em direção de uma cidade que se afasta. A parede a suga. Ela entra. As cores são frias. Não tem ninguém. Os prédios estão vazios. Ela vê a porta de um shopping na cidade B. Tem pessoas. Ela queria encontrar a sua amiga R. A paciente não sabe o que quer fazer. Ela vai para outra escada rolante até a entrada para o cinema 3D. Ela passa um corredor rosa-branco listrado. Tem um espaço branco redondo. Uma parte flutua. É um filme de aníme. A paciente se encontra dentro de um videogame. Um vírus é o vilão. O cenário é laranja, azul e vermelho. Aparece uma arena com telões. O objetivo é destruir o vilão. Ela se posiciona em frente dele e se prepara para a luta. Aparecem os rostos de amigos e meninos com quais se relacionou. Tem armas. Ela sai da arena sem gravidade e aproxima dos telões. Tem uma multidão em cada um. Ela sabe que precisa fazer algo e tenta atacar o vírus de novo. O vírus se choca contra a parede. O lugar está diminuindo e a engolindo. Cada telão tem borda. O cenário está em rosa, amarelo e verde. O vírus revida e a jogá contra os telões. O cenário vira cinza. Tem um criação e o vírus desaparece. A paciente se encontra dentro da bolha. Ela fica com raiva quando ela surta com a mãe. Ela se vê no seu quarto berrando. Não tem como sair de lá. Ela se sente tensa, apertando tudo. A paciente está caindo num cenário preto. Ela se sente flutuando num vazio preto. A cabeça da mãe aparece. O cenário muda para laranja, amarelo e roxo. A mãe está calada, chorando em vermelho. A paciente se vê cruzando os braços. Ela não escuta o que a mãe fala. A paciente se vê por inteiro. Da mãe só aparece a cabeça. O cenário está azul claro. Quando ela se mexe, a mãe vai junto. Ela tenta se mexer. A mãe está se destraindo. A paciente acha um ralo com luz amarela. Ela está nadando até o ralo. Ela se sente culpada por ter enganado a mãe. A paciente vai para uma piscina e para o mar. Tem um píer de barcos. Não tem ninguém. Aparece a imagem de um menino que poderia fazer companhia. Ele a alcança uma toalha verde. Eles estão caminhando. O menino está de casaco roxo. Ela pede para entrar no casaco dele. Está bem quentinho e seguro. Ela se sente como um bebê. Ela atravessa a floresta e chega num castelo medieval com um tapete vermelho. Ela vê pessoas na mesa jantando. Parece que é a família do menino. A paciente sente vontade de rir com eles. Eles a oferecem sopa. Ela sai do casaco. Ele fica com vergonha e diz que ela está com vergonha. Ela pede se tem masmorra. Ele diz que não. Ela vê uma sala branca, bonita mas não luxuosa. No segundo piso tem vários quartos. O cenário é branco e dourado. O quarto dele é verde. É um quarto macio, em relevo com vista para o mar. O mar violento está batendo nas rochas. Ela vê o pôr-do-sol e volta para dentro do quarto. O pai entra feliz com caldeirão de sopa. O menino está envergonhado. Ela deita com o menino encostada no peito dele. As coisas estão ficando roxas e estão girando. Aparecem pensamentos ruins. Ela abraça a barriga dele. Ele a consola. Vem um sentimento ruim. Ela tem medo que o demônio apareça de novo. Eles levantam com o grito da mãe dele. A sala está vermelha-bordeaux. O pai está se transformando em demônio. A sopa ficou escura e as paredes estão derretendo. Um creme está sugando tudo e leva o menino. A paciente fica com raiva do creme. Ela come o creme e desmaia. Ela está num hospital vestindo roupa verde clarinho. Tem tubos. Ela não consegue se mexer. O menino está ao seu lado. Ela não consegue falar nada. Ele diz que vai ficar tudo bem. Ela acorda. Ele não está mais lá. O ambiente é agradável. O dia é bonito. O ambiente está cheio. Ela ficou internada porquê o estômago parou. A paciente lembra que a mãe cuidava dela quando ela ficou internada. Era um quarto particular com TV a cabo. A mãe estava de lado. A paciente não queria ir embora. Ela está olhando um tempo pela janela. O enfermeiro quer dar uma volta. Ela se sente muito desconfortável na cadeira. A enfermeira tira ela com a cama e passeia pelo hospital. A situação é confortável. Tem uma rampa no final do corredor. Ela tem medo que a enfermeira a solta. Ela sente vontade de colocar todos os remédios na boca. Os remédios são rosinhos. A enfermeira a deixa isolada numa outra sala. A paciente não quer que a enfermeira cuide dela. Só vestindo a roupa de baixo o menino faz curativos. A paciente me conta que ela tem uma fixação por curativos. Ela bota um shorts e uma camisa branca larga de menino. Eles saem do hospital. É um dia lindo. Eles estão andando abraçados na cidade B. com um pouco de medo mas se sentindo bem.
Semana que vem a história continua! Fique ligada nas próximas sessões!