Monday, March 28, 2016

Terapia metafórica: Viver com HIV (parte 1)

Apresentação da paciente:
A paciente tinha quinze anos, quando ela engravidou do seu primeiro namorado. Assim que a sua mãe soube da gravidez, ela deu uma surra na filha e a arrastou para uma clínica de aborto. A paciente mal tinha se recuperado do acontecido, quando ela foi diagnosticada com HIV. Ela entrou em depressão profunda, se isolou completamente do namorado e da sua família e sofreu anos em silêncio.

Fotografia de Jörg Garbers


Primeira sessão
Quando a paciente acessa o período quando tudo aconteceu, ela visualiza uma bola grande. Ela sente desespero, mas também consolo lembrando que seu namorado a prometeu apoia-lá e casar com ela. A paciente lembra que não queria falar com ninguém nem no telefone. Seu médico contou para outros do seu diagnóstico de HIV e assim causou fofoca. Mas depois a fofoca passou. Quando a paciente lembra do tempo quando tudo começou, ela sente medo, um peso nos ombros e a sensação de perda. Ela perdeu tudo e se isolou. Ela sente um frio na barriga. "O que vai acontecer comigo agora?" A paciente quase não tem lembranças dessa época. Ela só se lembra chorando. A paciente se sente trêmula, se escondendo embaixo da sua coberta como numa cova, desejando se transformar em pedra. Ela se sente paralisada, desejando a sua morte, mas incapaz de planejar nem mesmo o seu fim. Ela se sente envergonhada, desejando sumir e se isolar. "Por quê isso está acontecendo comigo? Tantas vagabundas e eu fico doente namorando!" Ela se vê embaixo do cobertor. A bola está movendo muito devagar como num rio poluído. A garganta e o peito da paciente estão doendo. A velocidade da bola aumenta. A bola está diminuindo e o movimento da poluição aumentando. A paciente está de luto.


Semana que vem leia a continuação das sessões! 

Wednesday, March 23, 2016

The book "EMDR-J: a fast and profound therapeutic approach", Vol.1

Presentation of the book "EMDR-J: a fast and profound therapeutic approach":
This book is written by a health psychologist whose impassioned commitment to heal persons broken by prolonged traumatic experience, was born from childhood. This passionate emotion, which she nurtured with relevant studies and exposures, enriching this with new techniques, applied into her clinical work until she arrived at the need to infuse alternative medication with quantum medicine in the psychological practice. 

In the first chapter the author describes her therapeutic approach (EMDR-J) she developed over the years departing from EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) and integrating other techniques in order to create a fast and profound modified version.

In the second chapter the author presents transcripts of several EMDR-J sessions in order to give the reader an insight in the therapy process.

In the third chapter the author presents an actual case of a patient she treated with EMDR-J and quantum medicine in order to give the reader an insight in her work. This case was also published in a national quantum medicine convention (CSTQ) in São Paulo, Brazil.

In the fourth chapter the author describes her metaphorical approach, a new and surprising part of EMDR-J, allowing highly creative patients to work through their conflicts in the genuine language of the subconscious.

In the fifth and last chapter the author opens the reader’s mind to philosophical considerations about interdisciplinary. The author presents a short version of an essay she published in the theological journal “Vox scripturae” as part of her postgraduate formation.


EMDR-J: a fast and profound therapeutic approach, Vol.1



Link for a free download:
https://www.dropbox.com/s/h3hpy9zpdv9zogu/EMDR-J.%20vol.1%20english.pdf?dl=0




Tuesday, March 22, 2016

O livro "EMDR-J : uma abordagem terapêutica rápida e profunda", Vol.1

Apresentação do livro "EMDR-J: uma abordagem rápida e profunda":
Esse livro é um mosaico do meu trabalho. No primeiro capítulo eu apresento o meu método psicológico (EMDR-J), um método modificado de EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) que se adapta perfeitamente ao paciente.

No segundo capítulo apresento transcritos de sessões com EMDR-J para dar uma idéia sobre o decorrer da terapia. O caso apresentado aparece também no livro “Cores, símbolos e vampiros”, Vol.1.

No terceiro capítulo a apresento um caso clínico de uma paciente que foi tratada com EMDR-J e medicina quântica. Esse caso também foi publicado num congresso nacional da medicina quântica (CSTQ) em São Paulo.

No quarto capítulo eu foco num caso em qual aparece a terapia metafórica, uma abordagem que faz parte de EMDR-J e se destina em primeiro lugar a pacientes altamente criativos.

É no quinto e último capítulo apresento um texto filosófico sobre interdisciplinaridade que é um resumo do meu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação em Teologia. O artigo foi publicado na íntegra na revista teológica „Vox scripturae“.


EMDR-J : Uma abordagem terapêutica rápida e profunda,  Vol.1


Acesse o livro em pdf sem custo nenhum:
https://www.dropbox.com/s/wmern1dzgmkt06p/EMDR-J.%20vol.1%20portugues.pdf?dl=0

Friday, March 18, 2016

EMDR-J: "A lombriga" (parte 3)

Introdução :
Em seguida apresento a terceira sessão de EMDR-J  da paciente apresentada em "A lombriga" (parte 1). Imagens de lembranças se misturam com imagens produzidas pelo inconsciente para facilitar a solução dos conflitos emocionais da paciente. 

Imagem da lombriga 

Terceira sessão de EMDR-J:
Na sua terceira sessão a paciente trabalhou a raiva do seu irmão terrível de forma metafórica. Ela visualiza a lombriga comendo e evacuado o irmão. Ele saiu vivo mas todo machucado. A lombriga queria mata-lo e o cheira para ver se ele está vivo. A lombriga dá uma paulada e o cheira. Ele tenta se enfiar num túnel estreito. A lombriga não consegue alcança-ló. Ela o rola numa rua de paralelepípedo, se enrolando junto dando suporte. Depois ela o joga para longe e vai atrás. Ela quer matar e no mesmo tempo não quer. Ele tenta se aproximar mas ela não permite. O seu irmão B está morrendo de câncer. Ela não foi vê-lo. O irmão terrível tenta acariciar a lombriga.
Mudamos o foco da sessão para o irmão doente (B). A paciente lembra flashes dele brincando com ela. Ele tinha 19 e ela 8 anos. "Por quê os homens não podem lavar louça?" O pai fazia o dia de sanduíche e depois a noite da pizza. Foi muito legal! B provocava na mesa. A paciente sente muita vontade de chorar. O irmão teve muitas oportunidades para mudar mas foi covarde. Ela olha para o processo do sofrimento dele e se sente impotente. É como entrar na água. Ela experimentou essa sensação com a morte dos pais. Ela visualiza água suja. Ela tenta nadar. Os seus pés prendem num galho. Ela se sente sufocando como se fosse morrer. A lombriga a salva. "Pode mergulhar!" Ela confia na lombriga e se deixa conduzir por ela. A lombriga a leva para uma caverna onde está B. Agora ela pode conversar com ele. Ela se vê chorando com uma criança de 11 anos. "Como ele está sofrendo!" Parece que ele ficou estagnado nessa fase de criança. Ele não tem entendimento. "Perdoa os pais, B!" O corpo dele está doendo. Tudo parece bloqueado. Ele chora muito. Ele é ignorante. Ela tenta falar na linguagem dele. Ela fala sobre perdão desejando libertação. A criança chora. Uma vez a paciente o visualiza como criança, outra vez como adulto. Ela o pede perdão por ter ficado magoado com ele. Ele falou que ela era uma galinha na sua juventude. Quando ele falou aquilo, ela tinha sentido vontade de mata-lo. A paciente sente tensão no pescoço. Ela está dando machadas em vários lugares, mas está sem coragem de mata-lo. Ele já está morrendo. Ele pergunta se ela está se sentindo melhor. "Não tem como mudar o passado, mas o presente e o futuro" foi escrito na sua alma. Ele a compreende.

Saturday, March 12, 2016

EMDR-J: " A lombriga" (parte 2)

Introdução :
Em seguida apresento a segunda sessão de EMDR-J  da paciente apresentada em "A lombriga" (parte 1). Imagens de lembranças se misturam com imagens produzidas pelo inconsciente para facilitar a solução dos conflitos emocionais da paciente.

Imagem da lombriga 


Segunda sessão de EMDR-J:
A paciente voltou para as lembranças da trovoada da sessão anterior e lembrou que o seu irmão a provocava até chorar. Voltando para as lembranças do poço, ela lembrou que o irmão imitava zumbis e ela morria de medo. Ele tinha um pijama roxo. Ela temia ver ele morto na sua frente. A paciente sentia muito medo antes de dormir e temia que algo saísse embaixo da sua cama. Ela tem a impressão que o irmão terrível assustava ela demais. Ela teve medo de fantasmas. Com oito anos ela teve a mania de comer cabelo. No mesmo tempo teve lombriga. O irmão dizia que a lombriga a comeria. Em função da lombriga e do medo instigado pelo irmão a paciente teve medo de ir para banheiro. O irmão tirava tanto sarro que ela imaginava o animal dentro dela. "Não pode comer cabelo!" A paciente ficava muito braba com as provocações. Ela mudou a sua alimentação preferindo comida que tranca o intestino. Ela pediu para a mãe segurar a sua mão no banheiro. Ela não queria fazer cocô. Ela imaginava o animal com a boca costurada. Durante anos ela sofria com problemas de garganta. Ela não tinha voz, não tinha quem a ouvia. A mãe somente disse que era besteira. A paciente visualiza o animal sem olhos, sem foco e desgovernado. Ela pensa na irmã e nas brincadeiras na ausência do irmão. A paciente se visualiza numa mesa redonda. O irmão está segurando uma cobrinha verde dizendo que tem uma bem maior dentro dela. Os animais a davam voz. O seu cachorro a dava suporte. Ela não tinha voz. O irmão disse que daria lombriga se beijasse o seu cachorro e importunava ele. A paciente se sentia como um animal indefeso. O pai não estava presente. Na mesa ela tinha voz. O pai a ouvia. A paciente queria bater no irmão quando era maior. Ela sente desejo de vingança e se vê como leão atacando o seu irmão. Ela sente vontade de chupar o sangue dele.


Semana que vem vou apresentar mais uma sessão para exemplificar o trabalho terapêutico usando EMDR-J. 

Saturday, March 5, 2016

EMDR-J: "A lombriga" (parte 1)

Introdução:
A paciente me procurou em função da somatização dos seus conflitos emocionais. Constipação, dores e cabeça, dificuldade para dormir e problemas respiratórios resistentes à medicação eram indicadores de problemas emocionais. No início das sessões a paciente se queixou de forma recorrente do seu marido e dos seus gastos excessivos. Ficou claro que essas queixas eram a ponta do iceberg de questões mais profundas.


Imagem da lombriga


Primeira sessão de EMDR-J:
Pedi para a paciente focar na sua casa da infância enquanto apliquei uma estimulação bilateral visual para trabalhar as cenas que ficaram guardadas no seu inconsciente.
A paciente visualiza crianças que moravam na sua rua. A sua babá a levou para ver girinos no lago. O seu irmão gostava de girinos. O seu pai viajava muito. A empregada passava roupa de noite. A paciente lembra do ditado "São Pedro passa ferro". Ela tinha medo de trovoada e  se vê pequena embaixo da mesa. Todos estão juntos. Eles brincaram de caverna. O cachorro comeu as galinhas e a mãe fez galinhada.
Pedi para a paciente voltar mais uma vez para a trovoada. Ela se vê embaixo da mesa e lembra que o seu irmão era terrível. Ele pegava na sua bunda. A respiração da paciente altera. Ela sentia muito medo. A irmã a acalmava e mandava o irmão parar. A mãe protegia o irmão terrível. Durante a trovoada a luz caia e o irmão terrível dizia que São Pedro passa ferro na bunda. A paciente sente a sua bunda contraída e lembra que ela teve sérios problemas de constipação. 
Em seguida a família mudou para M. A paciente lembra que ela imitava muito a sua irmã. Ela andava rebolando. A irmã teve a sua festa de 15 anos. A paciente ficou com a empregada. Na casa em M ela e seus irmãos escalaram e derrubaram um estante de ferro. A paciente lembra do susto, do medo e do castigo no dia seguinte. A paciente lembra do poço da casa. O irmão terrível falou que um homem caiu no poço e depois o fecharam. A paciente se visualiza estudando a tabuada de cinco perto do poço. O irmão terrível falava que o homem morto sairia do poço. A paciente lembra do programa Sítio do pica-pau amarelo. "A Cuca vai pegar". Na sua cama de noite ela teve medo do Cuca.
Focando no seu medo do Cuca ela lembra que fechava os olhos e demorava para dormir por medo do Cuca. Ela lembra de uma outra cama e da sua vergonha do seu corte de cabelo de menino. O irmão terrível tirou tanto sarro dela. A mãe a acalmou. A paciente sente muita tristeza e chora. A mãe não comunicava, não explicava nada antes. Ela ficou tão traumatizada que nunca mais deixou a mãe cortar o seu cabelo. O irmão era terrível. Ele ria muito da sua cara.


Semana que vem vou apresentar a segunda sessão da paciente.