Introdução:
O tema de aborto é um tema polêmico. Uns acusam sem compreender o dilema da mulher e outros tratam o assunto de forma leviana acreditando que um feto é um simples aglomerado de células. Quem já viu um filme sobre o procedimento de um aborto, pode ver que um feto de três meses já está com braços e pernas, um mini-bebê, consciente daquilo que está acontecendo (veja foto embaixo). No meu consultório atendo mulheres que já consideraram um aborto, mas recuaram, outras que abortaram, mulheres que perderam o bebê num aborto espontâneo e pessoas que foram vítimas de uma tentativa de aborto.
Traumas intra-uterinos:
Com a técnica psicológica EMDR-J é possível acessar e processar traumas intra-uterinos como a tentativa de aborto pela própria mãe. Nos meus dezesseis anos de prática clínica tratei vários pacientes com lembranças intra-uterinas. As lembranças são primeiramente de sensações e sons abafados, raramente visuais. Ao lembrar da tentativa de aborto pela mãe o sentimento de rejeição é muito doloroso. Náusea e tremores em função da medicação abortiva são revividos de forma intensa. Confesso que fiquei assustada e impressionada com a consciência do feto que absorveu o ocorrido. Com EMDR-J traumas intra-uterinos são acessados, processados e eliminados.
Conclusão:
As mães que consideram um aborto deveriam ter consciência que o feto está sentindo a rejeição, o efeito da medicação e as dores para que possam ter a possibilidade de tomar uma decisão informada. Familiares precisam apoiar a mulher que engravidou sem querer em vez de julgar e empurra-lá a tomar uma decisão com consequências severas.