Monday, May 22, 2017

O livro "Cores, símbolos e vampiros, Vol.2"

Apresentação
Depois do livro „EMDR-J: uma abordagem terapêutica rápida e profunda“, onde eu expliquei o meu trabalho em geral, „Cores, símbolos e vampiros“ foca na terapia metafórica que foi desenvolvida observando o trabalho terapêutico dos meus pacientes mais criativos.

Foi uma quebra de paradigma e um ato de coragem enorme de mergulhar sem restrições na linguagem original do inconsciente. Fico maravilhada com os recursos do inconsciente de auto-cura. Quando deixado livre para processar os conflitos emocionais na sua própria linguagem, que nós conhecemos dos nossos sonhos, o inconsciente não tem nenhuma necessidade de interpretação. A cura acontece mesmo se o paciente não entende as suas produções metafóricas com a sua mente consciente.

Depois do volume 1, que foi lançado no ano passado, apresento agora o volume 2, uma coletânea das sessões metaforicas que foram publicadas durante o ano no meu blog.





Link para baixar o livro gratuitamente:
https://www.dropbox.com/s/3cfl737jvpuyp8g/Cores%2C%20s%C3%ADmbolos%20e%20vampiros.%20vol.2.pdf?dl=0

Monday, May 15, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 8)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte1) me relatou que ela foi visitar a mãe. Tudo correu bem. A paciente resolveu deixar G (veja parte 7) no passado. Ela disse que agora ela ficou despreocupada com o seu lado feminino (veja parte 2). Pedi para a paciente focar no seu lado mulher para identificar as mudanças e verificar se ficou uma pendência.

Ilustração: Duda Maria

Oitava sessão metafórica:
A paciente está se olhando no espelho no seu apartamento. Ela está de vestido. A borda está ficando vermelha e rasgada. O cenário está mudando. Ela se vê andando na rua pisando numa poça. O cenário fica roxo. Ela se imaginou andando e esbarrando em tijolo. Ela ficou com estampa de tijolo. A paciente sente insegurança. Ela lembra que foi com sua amiga R e mais duas amigas para um pub. Elas viram dois caras estranhos de 35 anos. O lugar era pequeno e os dois as seguiram parecendo tarados. A paciente encarou um dos caras, mas eles não pararam. Foi muito desagradável. Elas pagaram a conta e os caras vieram atrás delas. Elas correram para casa. Ficou uma insegurança para sair de noite depois das 19:00. 
Pedi para a paciente focar no acontecimento no pub para trabalhar o ocorrido no nível metafórico. A paciente visualiza o cenário do pub. Dois caras estão se aproximando. As outras pessoas ela vê somente como sombras. Os dois caras ela visualiza nítidos como gosma. Ela pega a sua bebida e a jogá na cara deles. Ela não vê a sua amiga R. O cara se transforma em baratas pequenas. A paciente tenta pisar nelas. As baratas estão se multiplicando. Ela sente muita agonia. Tudo está infestado. Ela pega a bebida e a joga no chão. O chão pega fogo e ela sai correndo. Ela foi para rua e vê um grupo de zumbis. Ela coloca a mão no bolso e tira um canivete. Ela vê uma luz e está saindo das sombras. Ela pega o canivete e sai correndo. Os zumbis estão a seguindo. Ela chega em casa de canivete e deita na sua cama. Está clareando. A noite acabou. Ela está olhando para o teto. A paciente volta para o pub num outro dia. Tem caraokê. Ela vê dois caras esperando o sinal para partir por cima dela. Ela está sozinha. Eles estão a agarrando. A paciente lembra de meninos que se aproximaram dela por interesse. Ela se sente suja e gosmenta. Ela tenta chuta-los. Ela fecha os olhos. Fumaça preta está se solidificando. A paciente pega um canivete dourado, dá uma facada e rasga a fumaça. Está saindo sangue da massa preta. Ela entra num rasgo. Tudo está vermelho. Ela sai num cano em Curitiba no meio da rua. Tudo está cheio de água vermelha. Caminhando pela rua a paciente tenta se livrar daquilo. Ela encontra um amigo. Ela conhece a galera de lá. A paciente desabafa sobre os amigos que se aproximaram por interesse. Ela se vê andando pelo parque. Vendo os amigos ela se tranquiliza.


Aqui termino o relato das sessões metaforicas dessa paciente. Ainda trabalhamos os seus conflitos escolares, sua aversão à matemática e sua ansiedade em relação ao futuro. A paciente conseguiu aproveitar cada sessão e usar os seus recursos para achar soluções criativas para os seus conflitos emocionais.

Monday, May 8, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 7)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte 1) relatou no início da sua sétima sessão metafórica que ela se mudou para o seu apartamento. A primeira noite ela não dormiu bem. Ela convidou amigos para dormir com ela no AP e até convidou a mãe e fez um bolo para ela. A mãe não reclamou de nada. A paciente me contou sobre a sua angústia em relação ao menino G. Ela estava gostando dele e se sentiu traída por ele. Ficou uma pendência que ela queria resolver. Decidimos focar nessa sessão no seu relacionamento mal resolvido com G.
Ilustração: Duda Maria


Sétima sessão metafórica:
A paciente lembra de lugares que remetem a G. Ela lembra do prédio abandonado onde ela disse que gostava dele. No dia estava trovejando. Ela lembra do dia que eles se viam a primeira vez pessoalmente. Ele foi num evento por ela. Ela gosta dele porque ele é um desafio. Ela lembra da traição e se vê chorando no meio de travesseiros, se sentindo apunhalada, sem ódio mas com muita tristeza. Ela queria entender o que aconteceu. Ela vê a sombra embaixo das cobertas perguntando o que foi. Ela se vê no topo de um prédio com as pichações dele fantasiando com a sua morte. Ela cai do prédio junto com a sombra que se torna rede. A sombra a levanta do chão e sobe nas costas dela. A sombra é bem pesada e está a achatando. "Ele não liga! Só tu estás fantasiando! Não é recíproco!" A sombra pega na sua mão. Ele pediu o número dela. Eles marcaram para se encontrar na escadaria da igreja. Ela está muito nervosa, ele muito na dele. Ele parece distante. A paciente chora um pouco. Ela o vê se afastando. Ele virou sombra, está derretendo.  Pessoas estão berrando É uma fenda está se abrindo. Ele caiu na fenda atraindo ela para lá. Ela tenta subir mas cai na fenda. A cabeça dele está girando num cenário preto, vermelho, azul e roxo. Ele a olha com desprezo a julgando inferior. Ela se sente pressionada, cava um buraco no chão e fica em posição fetal. Um vento bate e a descobre. Ela para na cabeça de G como se fosse cabelo dele. Ela se sente segura e começa a descer para o cérebro dele procurando nas gavetas cerebrais pelo motivo da traição. Ela só encontra folhas brancas. Ela chacoalha as bochechas dele querendo entender. Ele vai colocá-lá para baixo como B. "Melhor esquecer!" A depressão atrai. Ela quer tirar a pessoa da depressão.  Foi ruim o final na escada. Ela tentou ser legal. Ela sente que todos estão a olhando e julgando. Ela foi muito infantil, sente vergonha e decepção. A paciente quer mostrar que ela amadureceu. Ela se sente constrangida se vendo num mar cinza do qual não pode sair. Os pais de G eram ricos. Eles se separam. G entrou em conflito com o seu pai e sua mãe foi embora. G ele virou menino de rua. Ele vive num mundo à parte.


Veja como a história continua na semana que vem!

Tuesday, May 2, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 6)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte 1) relatou no início da sua sexta sessão metafórica que ela almoçou com a mãe e as tias. A mãe a elogiou e apoiou a sua decisão de morar sozinha. A paciente confidenciou para a mãe que está fazendo terapia. Ela relatou com alegria que vai se mudar para o seu apartamento no final de semana. A paciente parece mais ágil e decidida.

Ilustração: Duda Maria

Sexta sessão metafórica:
A paciente se imaginou dentro do apartamento. Tem uma fumaça preta com olhos e um sorriso. Sua amiga R abre a porta, decora tudo em rosa e varre o apartamento. A fumaça vai para o teto. Enquanto que está decorando o AP com a R a sombra está as olhando. Quando R fecha a porta, a sombra desce e senta no sofá verde-escuro. A sombra está tomando chá com a paciente. "Por quê quer se livrar de mim?" Ela visualiza várias pessoas do seu convívio na sombra. Revoltada ela vai para o AP do lado que é muito branco. A sombra não consegue ir para o espaço branco. Ela vê pessoas passando. Faz cinco anos que a paciente quer morar no centro. A sombra representa a sua insegurança. A mãe sempre a alertou muito. A paciente se sente tensa, sempre cuidando. Ela só vai em dois lugares para dançar. Ela tem receio de abrir a porta e medo de assalto. Para a mãe tudo é perigoso. A sua mãe controla tudo, ligando o tempo todo. Ela está sempre alerta, vigiando. A paciente se imaginou deitada no sofa-cama. O teto é de pano. A sombra do tamanho da porta a envolve. Ela sente agonia. Tentando pegar um megafone ela entra num túnel e sai num cenário tipo "Alice" com Verde, sol e passarinhos. Ela vai para um castelo. O mordomo mostra os quartos que são do seu AP. Tem uma fechadura grande. Ela tem que virar a chave. R vem e a ajuda. Ela se tranca e tudo fica bem.

Na semana que vem tem mais!