Monday, November 13, 2017

O escorpião

Introdução:
Nessa sessão transcrita e autorizada pela paciente é retratada a evolução da paciente em direção a uma vida em sociedade. Ainda com medo de ser agredida e mantendo as suas defesas a paciente se enturma e se desarma aos poucos. Viajando o mundo ela é surpreendida por um ataque surpresa. Veja a transcrição da sessão!


Transcrição da sessão:
A paciente visualiza um homem pescando e em seguida a sua transformação em bicho. O bicho empurrou o pescador para a água. A paciente percebe que ela transformou num escorpião. Ele está no seu habitat. Os outros bichos ficam longe dele. O escorpião transforma numa pessoa com caudinha.  Ela está indo para a cidade bem confiante. Dessa vez todos a olham e falam sobre ela. Ela se sente bem auto-confiante. As pessoas estão intrigadas com o seu segredo. Quando ela revela a sua cauda, eles a querem cortar fora. A paciente se sente bem tranquila. Lá não é seu lugar. Porém, não existe um lugar para pessoas de caudinha. Ela resolve cortar o rabinho fora, acessando a sua personalidade racional. Ela recolhe o veneno do rabinho e o guarda. Em seguida ela corta o rabinho fora. O escorpião dá a volta pelo mundo. Ele é reservado, mas ele tem contato com as pessoas.  De repente a paciente sente que ela está com falta de ar. O tempo fechou. Tem uma tempestade. Ela sente falta de ar e a garganta está bem trancada. Ela tenta tirar o pote de veneno para se defender, não sabendo quem a ataca. O seu corpo está mole. Ela está resistindo. O pote de veneno afunda na terra e nasce uma árvore. Ela se arrasta para a árvore para morrer na sua sombra. Frutas caem da árvore e comendo as frutas a paciente se fortalece. O homem do início da sessão a dá a mão. Ela descansa no ombro dele. O ar está voltando e a garganta está bem. Ela está andando tranquilamente.

Conclusão:
No seu processo terapêutico a paciente processa de forma metafórica o seu medo do convívio com as pessoas. Ela se vê no início do processo como escorpião totalmente armada. Em seguida a paciente já se visualiza como pessoa. Fica a caudinha do escorpião como defesa num eventual ataque. Para se assimilar e tornar o convívio mais fácil, ela se vê cortando a caudinha mas guardando o veneno caso que precisasse se defender. Quando finalmente a tão temida ataque ocorre sem aviso, a paciente se sente totalmente impotente. Porém, ela percebe que a ajuda vem de forma surpreendente. O veneno cai na terra, transforma numa árvore e comendo as frutas da árvore ela se recupera do ataque. Ela se sente apoiada e percebe que a vida continua. Não tem porque temer o convívio social. Mesmo ferindo, as pessoas não tem o poder de aniquilar a sua vida e a sua caminhada.

Tuesday, November 7, 2017

O camelo

Introdução:
A paciente passou longos períodos de solidão. Na sua terapia metafórica ela estava trabalhando a sua dificuldade de lidar com pessoas. Essa sessão me chamou muita atenção e pedi a autorização de transcrever e publicá-la. As vivências "no deserto" são representadas pela figura do camelo.


Transcrição da sessão:
A paciente visualiza uma viagem pelo deserto com um camelô. Tem uma cidade em volta. Ela não quer passar pela cidade. Mesmo assim ela entra na cidade e anda nas ruas. As pessoas não a percebem. Ela acha um apartamento onde ela vai morar com o camelo. Mas o vizinhos não gostam do cheiro do camelo. Ela se adapta e deixa o camelo em casa. O camelo fica triste. A tristeza do camelo a entristece. Ela resolve voltar para o deserto, mas ela não acha a saída da cidade. Com o camelo ninguém gosta dela. Eles construíram no deserto. Ela não quer voltar para o apartamento. O camelo diz que é melhor partir. Ela não quer, mas ela não gosta das pessoas que não gostam do camelo. Um trem está passando. Areia está saindo desse trem. Eles seguiram o trem. O trem leva até a praia. O camelo estranha a praia. Ela busca água para o camelo. Ele está se adaptando, mas o clima é difícil para o camelo. Ele tem medo de sair e ir para um lugar pior. Eles resolvem arriscar. Durante a viagem a paciente fica pensando que um dia o camelo vai morrer. Ela se questiona se o deserto é seu lugar ou o lugar do camelo. Cheio de dúvidas ela chega no deserto. O camelo está bem feliz. A paciente sabe que ela viveu um tempo no deserto, mas ela não tem certeza se é realmente seu lugar. Ela chega na conclusão que o deserto não é seu lugar. Ela se despede do camelo. A paciente sente falta do camelo e medo. Ela tem a impressão que ela não consegue fazer as coisas sozinho. Ela sente que ela está ganhando forças e está se transformando num bicho,

Conclusão:
A sessão termina num suspense. Por um lado a paciente percebe que o deserto não é mais o seu lugar, por outro lado ela tem medo do novo. Ela sente que ela está em transformação.  Na semana que vem vou apresentar a sessão seguinte com a continuação do seu processo de socialização. Fica o suspense!