Monday, November 13, 2017

O escorpião

Introdução:
Nessa sessão transcrita e autorizada pela paciente é retratada a evolução da paciente em direção a uma vida em sociedade. Ainda com medo de ser agredida e mantendo as suas defesas a paciente se enturma e se desarma aos poucos. Viajando o mundo ela é surpreendida por um ataque surpresa. Veja a transcrição da sessão!


Transcrição da sessão:
A paciente visualiza um homem pescando e em seguida a sua transformação em bicho. O bicho empurrou o pescador para a água. A paciente percebe que ela transformou num escorpião. Ele está no seu habitat. Os outros bichos ficam longe dele. O escorpião transforma numa pessoa com caudinha.  Ela está indo para a cidade bem confiante. Dessa vez todos a olham e falam sobre ela. Ela se sente bem auto-confiante. As pessoas estão intrigadas com o seu segredo. Quando ela revela a sua cauda, eles a querem cortar fora. A paciente se sente bem tranquila. Lá não é seu lugar. Porém, não existe um lugar para pessoas de caudinha. Ela resolve cortar o rabinho fora, acessando a sua personalidade racional. Ela recolhe o veneno do rabinho e o guarda. Em seguida ela corta o rabinho fora. O escorpião dá a volta pelo mundo. Ele é reservado, mas ele tem contato com as pessoas.  De repente a paciente sente que ela está com falta de ar. O tempo fechou. Tem uma tempestade. Ela sente falta de ar e a garganta está bem trancada. Ela tenta tirar o pote de veneno para se defender, não sabendo quem a ataca. O seu corpo está mole. Ela está resistindo. O pote de veneno afunda na terra e nasce uma árvore. Ela se arrasta para a árvore para morrer na sua sombra. Frutas caem da árvore e comendo as frutas a paciente se fortalece. O homem do início da sessão a dá a mão. Ela descansa no ombro dele. O ar está voltando e a garganta está bem. Ela está andando tranquilamente.

Conclusão:
No seu processo terapêutico a paciente processa de forma metafórica o seu medo do convívio com as pessoas. Ela se vê no início do processo como escorpião totalmente armada. Em seguida a paciente já se visualiza como pessoa. Fica a caudinha do escorpião como defesa num eventual ataque. Para se assimilar e tornar o convívio mais fácil, ela se vê cortando a caudinha mas guardando o veneno caso que precisasse se defender. Quando finalmente a tão temida ataque ocorre sem aviso, a paciente se sente totalmente impotente. Porém, ela percebe que a ajuda vem de forma surpreendente. O veneno cai na terra, transforma numa árvore e comendo as frutas da árvore ela se recupera do ataque. Ela se sente apoiada e percebe que a vida continua. Não tem porque temer o convívio social. Mesmo ferindo, as pessoas não tem o poder de aniquilar a sua vida e a sua caminhada.

Tuesday, November 7, 2017

O camelo

Introdução:
A paciente passou longos períodos de solidão. Na sua terapia metafórica ela estava trabalhando a sua dificuldade de lidar com pessoas. Essa sessão me chamou muita atenção e pedi a autorização de transcrever e publicá-la. As vivências "no deserto" são representadas pela figura do camelo.


Transcrição da sessão:
A paciente visualiza uma viagem pelo deserto com um camelô. Tem uma cidade em volta. Ela não quer passar pela cidade. Mesmo assim ela entra na cidade e anda nas ruas. As pessoas não a percebem. Ela acha um apartamento onde ela vai morar com o camelo. Mas o vizinhos não gostam do cheiro do camelo. Ela se adapta e deixa o camelo em casa. O camelo fica triste. A tristeza do camelo a entristece. Ela resolve voltar para o deserto, mas ela não acha a saída da cidade. Com o camelo ninguém gosta dela. Eles construíram no deserto. Ela não quer voltar para o apartamento. O camelo diz que é melhor partir. Ela não quer, mas ela não gosta das pessoas que não gostam do camelo. Um trem está passando. Areia está saindo desse trem. Eles seguiram o trem. O trem leva até a praia. O camelo estranha a praia. Ela busca água para o camelo. Ele está se adaptando, mas o clima é difícil para o camelo. Ele tem medo de sair e ir para um lugar pior. Eles resolvem arriscar. Durante a viagem a paciente fica pensando que um dia o camelo vai morrer. Ela se questiona se o deserto é seu lugar ou o lugar do camelo. Cheio de dúvidas ela chega no deserto. O camelo está bem feliz. A paciente sabe que ela viveu um tempo no deserto, mas ela não tem certeza se é realmente seu lugar. Ela chega na conclusão que o deserto não é seu lugar. Ela se despede do camelo. A paciente sente falta do camelo e medo. Ela tem a impressão que ela não consegue fazer as coisas sozinho. Ela sente que ela está ganhando forças e está se transformando num bicho,

Conclusão:
A sessão termina num suspense. Por um lado a paciente percebe que o deserto não é mais o seu lugar, por outro lado ela tem medo do novo. Ela sente que ela está em transformação.  Na semana que vem vou apresentar a sessão seguinte com a continuação do seu processo de socialização. Fica o suspense!

Friday, October 6, 2017

O perigo da superproteção

Introdução :
Pais de idade mais avançada, adotivos ou que tiveram um filho único ou prematuro estão no grupo de risco dos superprotetores. Mães culpadas por trabalhar e gostar do que fazem muitas vezes procuram compensar a falta de tempo com excesso de zelo. Pessoas inseguras também tendem a tratar o filho como bibelô porque vivem o medo de perde-ló.


Características de pais superprotetores:
A maioria dos superprotetores procura tirar todos os obstáculos do caminho dos filhos achando que assim vão tornar a vida do filho mais fácil. Em contrapartida cobram muito dos seus filhos porque admitem nem a decepção de uma nota baixa. Superprotetores ligam para o médico por qualquer motivo e tiram satisfação dos professores por questões irrelevantes que o filho poderia resolver sozinho.

Consequências da superproteção:
Tirania e despreparo são as consequências da superproteção. Como têm tudo o que querem, os filhos não conhecem limites, se acham os donos do mundo e tendem a ter dificuldades de relacionamento. No fundo, eles não estão preparados para enfrentar o mundo fora do casulo paterno. Por isso eles podem se tornar pessoas inseguras, sempre presas às rédeas dos pais. Os superprotegidos não enfrentam riscos e não tem garra para lutar. Ainda mais que parece que já tem tudo o que possam desejar.

Conclusão:
Se você notar que superproteção é seu problema, esqueça a ilusão de que você é capaz de proteger o seu filho para sempre. Mantendo seu filho numa bolha, você poderá criar um adulto medroso e inseguro. Comece a incentivar o seu filho a resolver seus "problemas" do dia-a-dia sozinho dando apoio só se realmente precisar. Assim você vai encorajar o seu filho, tornar ele cada vez mais independente e capaz de resolver os problemas que a vida lhe reserva.

Monday, October 2, 2017

Bom apetite, filhinho!

Introdução:
Uma mãe levou seu filho de apenas um ano de idade para um especialista se queixando que ele só comia no elevador. Como a mãe se desesperava com a possibilidade de seu filho passar fome, atendia a exigência do seu filho mesmo passando vergonha diante os vizinhos. Muitos pais ficam desesperados porque o seu filho não come ou come bem pouco nas refeições. Logo depois a criança fica com fome e recebe a mamadeira, bolachas, chips ou doces. Assim a criança se acostuma comer fora de hora e cria hábitos alimentares prejudiciais. 


Alimentação certa faz parte da educação de casa:
Aos pais cabe a tarefa de definir o cardápio e acostumar o seu filho com vários tipos de comida, especialmente verduras e frutas. É importante ensinar o filho primeiro acabar com uma comida antes de se servir de novo. Explicar o valor nutritivo de cada comida e incentivar o seu filho a experimentar comida diferente desenvolve a sua inteligência. Ensine o seu filho a comer com garfo e faca e bons modos à mesa para evitar constrangimento em eventos sociais. 

6 Dicas para uma alimentação saudável:
1. Nada de comida fora da hora para não estragar o apetite.
2. Não quer comer, tire o prato e deixe seu filho com fome. Na próxima refeição        ele vai se alimentar direito.
3. Nada de recompensa: prometer sobremesa em troca de sopa acentua o
     desprezo pela comida.
4. Sem aviãozinho. Na hora de comer, nada de mimar a criança. 
5. Comer de tudo um pouco para se acostumar com o gosto
6. Oferecer frutas para lanche em lugar de bolachas e doces

Conclusão:
A educação alimentar do seu filho é fundamental para a sua saúde e causa um impacto enorme sobre o seu futuro. O adulto com uma alimentação variada se socializa mais fácil e se adapta com maior facilidade num outro contexto cultural.

Monday, September 11, 2017

O livro "A cura pela física, Vol.2"

Introdução
A autora Judith Sonja Garbers é formada em Psicologia clínica pela Universidade de Marburg (Alemanha) e está atuando no Brasil desde o ano 2000 na cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Ela desenvolveu um método terapêutico profundo, rápido e eficiente (EMDR-J) que foi derivado do EMDR clássico. No seu livro „EMDR-J: uma abordagem terapêutica rápida e profunda” a autora explica o seu trabalho na sua abrangência.

No ano 2012 ela conheceu a medicina quântica, mergulhou nessa medicina física com muita dedicação e participou nos congressos e grupos de estudos. No seu consultório „Time Out – Férias do Stress“ ela atende pacientes de forma holística tratando suas feridas emocionais com EMDR-J e os seus desequilíbrios físicos com os recursos da medicina quântica.

Esse livrinho ilustrativo é um mosaico dos seus artigos publicados nesse blog. As dicas e casos são fruto de cinco anos de pesquisa e dedicação aos seus pacientes.




Link para um download gratuito:
https://www.dropbox.com/s/hu79fl8lgsxr9z5/A%20cura%20pela%20f%C3%ADsica%2C%20vol.2.pdf?dl=0

Monday, September 4, 2017

O emocional e a tireoide - intimamente ligados!

Introdução
A paciente A. M. (34 anos) procurou atendimento psicológico em Agosto de 2015 em função dos seus medos. O medo de altura, medo de água, medo de dirigir e o medo de perder as pessoas mais próximas causaram angústia diária e desespero constante. A sua psicóloga sugeriu um tratamento com EMDR-J para localizar a origem dos seus medos e processar os traumas que causaram esses medos junto com um tratamento quântico para auxiliar no reequilíbrio do seu emocional. Durante o tratamento com EMDR-J a paciente relatou que estava com a tireóide alterada. Estresse emocional tem a capacidade de desregular a tireóide em função do envolvimento do hipotálamo. A pesquisa aponta para um círculo vicioso entre desequilíbrio emocional e disfunção de tireóide. O emocional abalado tem o poder de desregular a função tireoidiana e a tireóide desregulada afeta o estado emocional. Em função dessas considerações a terapeuta de A.M. sugeriu tratar a disfunção tireoidiana com os recursos da medicina quântica para auxiliar no reequilíbrio da sua tireóide. A paciente contou para a sua terapauta que ela passou por anos muito difíceis estando separada na sua infância dos seus pais por motivos de estudo morando na casa da tia que a destratava. A despedida dos pais era extremamente dolorosa e o estar no carro foi associado com essa dor da separação. Durante a volta para a casa da tia a paciente fantasiava com um acidente caindo da altura da rua no rio evitando assim a continuação do seu sofrimento na casa da tia. Os traumas associados à estadia da paciente na casa da tia e as voltas traumáticas explicaram a maior parte dos seus medos. O medo de desgraças futuras não teve explicação pela história da paciente, mas pelas vivências da mãe dela. A mãe da paciente perdeu o seu irmão de forma violenta o que causou a desestruturação da sua família. Na terapia ficou evidente que a paciente absorveu de forma inconsciente as vivências da mãe. A terapeuta sugeriu para a paciente tratar esse sofrimento com os recursos de EMDR-J na perspectiva de TTT (transmissão de traumas transgeracionais). Este estudo de caso objetiva a comprovação da eficácia da terapia quântica aliada a um tratamento psicológico com EMDR-J num caso de disfunção tireoidiana pós-traumática.





Material e Métodos
A paciente F.A. foi tratada com uma técnica chamada EMDR-J associada às essências vibracionais carreadoras de frequência do Sistema Floral Quântico. EMDR-J é uma técnica psicológica derivada do EMDR clássico de Francine Shapiro e modificada pela autora combinando EMDR com flooding, métodos de catarse, recursos da PNL, de TTT e linguagem metafórica aliado à Medicina quântica para uma abordagem profunda e rápida. A técnica é muito eficiente para o tratamento de traumas como no caso da paciente A.M. Paralelo ao tratamento de traumas com EMDR-J a paciente utilizou Neurovit Gel e Calmallis Gel (três vezes ao dia), para reequilíbrio energético do  emocional e Traumavit Gel (antes de dormir), para ajudar nos desequilíbrios envolvendo os traumas sofridos. Usou ainda G. Controller (três vezes ao dia) para reequilíbrio da sua tireóide.

Resultados e Discussão
A paciente reagiu muito bem à terapia proposta com as essências vibracionais florais. No seu primeiro exame o TSH era elevado resultando em taquicardia e nervosismo. No segundo exame a paciente apresentou um TSH baixo causando um estado depressivo. No terceiro exame a função tireoidiana normalizou resultando em equilíbrio emocional. O tratamento com EMDR-J e a terapia com as essências vibracionais florais resultou em mais saúde e satisfação com a vida. Os traumas sofridos pela paciente e sua mãe foram abordados e resolvidos. Neurovit, Calmallis e Traumavit auxiliaram no equilíbrio emocional da paciente e a função tireoidiana foi estimulada pelo G.Controller a voltar ao funcionamento normal.

Conclusão
Como o estado emocional e a função tireoidiana estão interligados, foi uma abordagem bem sucedida tratar paralelamente o estado emocional da paciente com Neurovit, Calmallis, Traumavit e EMDR-J e a função tireoidiana com G.Controller. Com o tratamento complementar de essências vibracionais do Sistema Floral Quântico e um tratamento psicológico com EMDR-J a paciente atingiu um equilíbrio emocional e tireoidiana. Conclui-se que o uso de essências vibracionais do Sistema Floral Quântico, aliado a um tratamento psicológico com EMDR-J, é capaz de um efeito sinérgico, amplificando a obtenção de resultados benéficos neste caso de disfunção tireoidiana. Foi observada uma rápida melhora da paciente, sem riscos e sem efeitos colaterais evidenciados.

Referências Bibliográficas
www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=43
GERBER, R. Um Guia Prático de Medicina Vibracional. Trad. Paulo Cesar de Oliveira, Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Cultrix, 2000.
GARBERS, J.S. EMDR-J: uma abordagem terapêutica rápida e profunda, Vol.2
https://www.dropbox.com/s/uc4x19v4r6uft8e/EMDR-J.%20vol.2%20portugues.pdf?dl=0
ARNT, R. , ARNT, P. R. Vade Mecum das Essências Vibracionais - Um Guia Prático para o uso dos Moduladores e Indutores Frequenciais. 1 ed. Paraná, 2013.

Monday, August 28, 2017

The book "Colors, symbols and vampires, Vol.2"

Presentation
After “Colors, symbols and vampires, Vol.1” the author presents new cases of metaphorical therapy that will take your breath away.

In volume 1 the author preferred the representation of brief cases in order to get the reader acquainted with the dense language of the unconscious.

Volume 2 defies the reader’s patience and willingness to dive deep in the intense and colorful productions of the unconscious mind. Metaphorical therapy is a new approach. The patient is descending to the depth of his unconscious mind in order to cure himself resolving unresolved issues of his life.

In the following the author presents several cases of metaphorical therapy. All transcripts are authorized by the patients. The author took notes during the sessions allowing the reader to take an insight in the course of metaphorical therapy. 




Link for a free download:
https://www.dropbox.com/s/h0javrlo5xh2sof/Colors%2C%20symbols%20and%20vampires.%20vol.2.pdf?dl=0

Red Lines (part 7)

Presentation of the patient:
The patient was in cognitive-behavioral treatment when she came to the clinic. She complained about something holding her back. She was very shy and began to loosen up, when she joined a pentecostal church. The legalistic doctrine of her church kept her from reunions with her school colleges and family members, because she thought they were sinful. After one year of dating the church expected her to marry to prevent sin. Her sexuality transformed into a burden after a traumatic honeymoon. Her husband had not cut the umbilical bond with his mother, yet, causing nasty conflicts between the patient and her mother-in-law. When the patient started treatment with EMDR-J, an abuse memory with lasting consequences came up. The patient's treatment was very intense and complex. The author chose several sessions of different periods in order to give an insight in the patient's treatment.

Illustrative photograph by Jörg Garbers

Seventh session
The patient arrives at the session filled with anger and fear about returning to her hometown and she is afraid of settling there. She focused on her anger and visualizes a red colour on glass. There’s a dark colour draining and a sidewalk in the background. Somebody bursts the glass and a white colour appears. Suddenly she visualizes herself in a videogame with a gun in her hand. There are dead people. She is angry and wants to shoot. She runs over corpses in a truck. He hits a truck appearing in front of her and the truck explodes. She wants to leave, but returns to the same scene. There’s somebody in blue and blood. She puts the blood in a recipient and throws it at constructions leaving coagulated blood stains. Blood drains down the sewer. She visualizes herself surrounded by blood wanting to stir the blood and the trash. She isolates herself. The blood is drying and diminishing. The sideway and the street are clean. A truck retracts the human remains. She is afraid that the truck might also pick her up. The police, the ambulance and a helicopter arrive. She is in the middle of it. The cadavers turn into zombies. She doesn’t care about the zombies anymore. „Where does all this blood come from?“ There’s a tsunami of blood. The helicopter throws a rope. She can’t see the helicopter anymore. She turns her back to the scene. The ambulance is leaving and the patient feels at ease.

Conclusion:
The patient works in several metaphorical sessions through a abuse she suffered in childhood, her upbringing and socialization in church, her relationship with her boyfriend/husband, problems with her mother-in-law and land struggles with her neighbours. This seven sessions where chosen and transcribed by the author in order to give an impression of the intensity and  complexity of the patient’s feelings. Using metaphorical therapy as a tool, the patient was able to come to peace with her sex life, her marriage, her relationship with her mother-in-law and was able to return to her hometown without feeling bad about it.


Monday, August 21, 2017

Red Lines (part 6)

Presentation of the patient:
The patient was in cognitive-behavioral treatment when she came to the clinic. She complained about something holding her back. She was very shy and began to loosen up, when she joined a pentecostal church. The legalistic doctrine of her church kept her from reunions with her school colleges and family members, because she thought they were sinful. After one year of dating the church expected her to marry to prevent sin. Her sexuality transformed into a burden after a traumatic honeymoon. Her husband had not cut the umbilical bond with his mother, yet, causing nasty conflicts between the patient and her mother-in-law. When the patient started treatment with EMDR-J, an abuse memory with lasting consequences came up. The patient's treatment was very intense and complex. The author chose several sessions of different periods in order to give an insight in the patient's treatment.

Illustrative photograph by Jörg Garbers

Sixth session
The patient visualizes the parking lot shed and the street as carpet wrinkles. The wall is covered with flowers in unlively colours. She sees mountains and a wrinkled street. A lady sits on the wall dressed in a white dress and a black hat with yellow and pink flowers. A parade passes by. She visualizes a bordeaux-red house on the main street with white doors and windows. There’re yellow flowers and the image of a passion fruit. In the background stands a child with someone. The patient visualizes an open passion fruit showing her seeds. A grey fluid is dropping. There’s a shadow of a child and an adult. The grey goop is going somewhere. The black hat with the flowers is covering the whole person. The goop is covering the hat, falls into water and melts. There’s a yellow, black and grey shape. The grey vanishes. Black and yellow stripes remain. She expected a party, music and disco lights. Suddenly there’s a black ball and the yellow vanishes. The black ends. The flower hat reappears, the palm tree, the bordeaux house and she sees herself eating popcorn in a cinema seat. She leaves the cinema and goes to the shops. The scenery is white and pink. There’s a flower wallpaper and the colour green is filling the moment.

Monday, August 7, 2017

Red Lines (part 5)

Presentation of the patient:
The patient was in cognitive-behavioral treatment when she came to the clinic. She complained about something holding her back. She was very shy and began to loosen up, when she joined a pentecostal church. The legalistic doctrine of her church kept her from reunions with her school colleges and family members, because she thought they were sinful. After one year of dating the church expected her to marry to prevent sin. Her sexuality transformed into a burden after a traumatic honeymoon. Her husband had not cut the umbilical bond with his mother, yet, causing nasty conflicts between the patient and her mother-in-law. When the patient started treatment with EMDR-J, an abuse memory with lasting consequences came up. The patient's treatment was very intense and complex. The author chose several sessions of different periods in order to give an insight in the patient's treatment.

Illustrative photograph by Jörg Garbers

Fifth session 
The patient goes back to the neighbor triangle. She barely visualizes the house of her neighbor's daughter who spoke ill of her. She embarks in a blue car. They entered her land with laughter and insincerity. In front of the house next door parks a black car. Everything turns black. There's a swirl in the middle of the street. The ground swallows the neighbor's house and his daughter. She goes to the land straight ahead. The mud reaches the street. She wants to break down the wall with a hammer. It doesn't break easily. She looses her strength and goes to the middle and summons a higher force. Lightning approaches, but she doesn't want destruction. This neighbor is not her enemy. Lightning strikes sideways. She is writing bible citations on the wall. She doesn't want to be selfish, but she wants to keep an eye on the neighbors. They can't be trusted. She visualizes the triangle and a strong chain that needs to be broken. The chains are broken. She visualizes a flower on the parking lot wall. They are cemetery flowers.They're not beautiful and smell bad. Many people smell their scent. Now she visualizes orange-red flowers without a scent on only one side of the road.

Monday, July 24, 2017

Red Lines (part 4)

Presentation of the patient:
The patient was in cognitive-behavioral treatment when she came to the clinic. She complained about something holding her back. She was very shy and began to loosen up, when she joined a pentecostal church. The legalistic doctrine of her church kept her from reunions with her school colleges and family members, because she thought they were sinful. After one year of dating the church expected her to marry to prevent sin. Her sexuality transformed into a burden after a traumatic honeymoon. Her husband had not cut the umbilical bond with his mother, yet, causing nasty conflicts between the patient and her mother-in-law. When the patient started treatment with EMDR-J, an abuse memory with lasting consequences came up. The patient's treatment was very intense and complex. The author chose several sessions of different periods in order to give an insight in the patient's treatment.

Illustrative photograph by Jörg Garbers

Fourth session
In this session the patient addresses a family problem envolving a parking lot. She visualizes herself standing in the parking lot talking to her mother-in-law. It's dark. There are two people. The image is getting clearer seeming like a pencil drawing. Green and purple lines are minimizing the picture. A tree appears and leaves flying on the floor. There's a little blue something. She remembers the parking lot. Beneath the tree the wind takes her to the back of the parking lot. She goes to a shed where is light. There's an abyss in the little house. The floor of the house is cracking. The floor falls and reconstructs. Something dark green is getting away from the house. A shadow throws her to the darkest part of the parking lot. The scenery is very gloomy. In the middle of the parking lot a swirl is spinning. She can see the floor with little stones. She sees herself burying something in the middle of the now brighter swirl. The parking lot is much brighter and empty. There's a big palm tree and a coconut tree. She remembers the cranky man who rented the parking lot. The scenery turns dark. The patient remembers that his daughter invented lies about her. She feels the urge to bury what happened. She goes to the parking lot next by. There's a unused lot and another family making trouble. The trouble making neighbours form a triangle. It seems like an alliance. She makes an effort to diminish the triangle. She kicks the triangle and puts it in the dirt. She uses the dirt as fertilizer on the land of her father-in-law. A beautiful flower grows on the fertilizer. She thinks of giving the flower to the family. It's still early. The day is beautiful and the sky is blue. The patient visualizes herself in the house of the girl who spoke ill of her and wishes that the flower fills the whole house. A less beautiful green goes to the other neighbours. She visualizes the triangle. Some flowers open. Suddenly a skull appears. That's not good! She sees herself cutting the leaves growing on the house with a chainsaw.

Monday, July 17, 2017

Red Lines (part 3)

Presentation of the patient:
The patient was in cognitive-behavioral treatment when she came to the clinic. She complained about something holding her back. She was very shy and began to loosen up, when she joined a pentecostal church. The legalistic doctrine of her church kept her from reunions with her school colleges and family members, because she thought they were sinful. After one year of dating the church expected her to marry to prevent sin. Her sexuality transformed into a burden after a traumatic honeymoon. Her husband had not cut the umbilical bond with his mother, yet, causing nasty conflicts between the patient and her mother-in-law. When the patient started treatment with EMDR-J, an abuse memory with lasting consequences came up. The patient's treatment was very intense and complex. The author chose several sessions of different periods in order to give an insight in the patient's treatment.

Illustrative photograph by Jörg Garbers

Third session
The colors changed. The picture seems like a cartoon. There's a person kneeling down. The walls are yellow. There are several doors and a colorful wind. The patient visualizes herself entering the picture and gets to the place of the cartoon. There's a white door. Darkness pulls her. She wants to leave the kneeling position. Darkness calls her. The patient feels sad and her chest is heavy. There are things coming out of the dark door. Something is suffocating her. She wants to withdraw. The space is filling with pipes. The floor turned white. She is falling. Darkness pulls her in. She is swallowed. The hall is filling with white. She goes to the hall next to the door and enters. It's very dark, but there are little lights. She is walking. There's a floor and sometimes light behind her. It's not black anymore but grey. The place is getting smaller. There's light above and the floor is white. At her right something is going on. A little monster approaches. It's no monster, but a white cupboard. She stops in front of the cupboard. There's a little animal next to her foot. It's no animal, but an object. The hall is filled with people. Sometimes they are people, sometimes they are objects. The objects are walking in her direction wanting to talk, scaring her. Somebody goes down to the basement. She is downstairs without any fear. There's a party upstairs. She relaxes and goes upstairs. She is upstairs and wants to turn the lights on. All things are in place. A white double bed is illuminated. There are two bodies in the form of shapes. It's like messing with play dough.There's a blue butterfly, something brown moving and a baby. Something penetrated. The blue of the butterfly turns yellow, red and blue again. She is walking on green grass on a trail. A car passes. She sits on a bench. She is not alone.

Thursday, July 6, 2017

Red Lines (part 2)

Presentation of the patient:
The patient was in cognitive-behavioral treatment when she came to the clinic. She complained about something holding her back. She was very shy and began to loosen up, when she joined a pentecostal church. The legalistic doctrine of her church kept her from reunions with her school colleges and family members, because she thought they were sinful. After one year of dating the church expected her to marry to prevent sin. Her sexuality transformed into a burden after a traumatic honeymoon. Her husband had not cut the umbilical bond with his mother, yet, causing nasty conflicts between the patient and her mother-in-law. When the patient started treatment with EMDR-J, an abuse memory with lasting consequences came up. The patient's treatment was very intense and complex. The author chose several sessions of different periods in order to give an insight in the patient's treatment.

Illustrative photograph by Jörg Garbers

Second session
In the second session, chosen by the author, the patient accesses her conflicts with her mother-in-law. She visualizes herself in the kitchen with her mother-in-law. There's a white spot. An empty space opens and she can't see the face. She visualizes a foto from the time her mother-in-law was sick. She feels the urge to enter the foto. There are white walls. She sees herself walking. It went dark at her left, a dark grey. A shadow appeared behind her. She went to the living room. Now there's thirty percent clarity. She feels without courage and stuck, sitting on the floor with her legs crossed. She wants to get up, but isn't able to. Somebody comes out of the dark and sits with her. Afterwards comes another person with less darkness. They're three, reading. A colorful wind coming from the foto passes by. The patient feels ready to get up and follow the colorful wind. She rises, but the person behind her who came from the darkness doesn't want to get up. She motivates the person. She visualizes three shadows of light heading towards the darkness, walking. One turns left into a hall of clarity, two carry on. They arrive at a hallway with a dark green abyss that looks like vegetation. They cling to the wall. There's no floor. The patient looks for the colorful wind. There's no way to go on. Let's go back! The floor reappears. The floor is very white. She feels insecure to step on it. She doesn't want to return. There's dark moss. The image disappears and turns grey. They are going back the way they came. When they get to the first hall, they sit again. The darkness returns. Another person appears giving a hand. They were to go back to that hallway, but it's different. The patient is not sure about the third person. There's a shadow behind her. The hallway is dark grey. She remembers what happened. She approaches a white place, but she is not getting there. There are two persons at the door to the white hall. There are two doors. One is dark and the other leads to a garden. The shadow wants to push and leaves through the garden door. There are two persons at the door, stopping with indecision, unable to take the next step. Doors open and close. The patient visualizes herself between the doors with her legs crossed.

Tuesday, June 27, 2017

Red Lines (part 1)

Presentation of the patient:
The patient was in cognitive-behavioral treatment when she came to the clinic. She complained about something holding her back. She was very shy and began to loosen up, when she joined a pentecostal church. The legalistic doctrine of her church kept her from reunions with her school colleges and family members, because she thought they were sinful. After one year of dating the church expected her to marry to prevent sin. Her sexuality transformed into a burden after a traumatic honeymoon. Her husband had not cut the umbilical bond with his mother, yet, causing nasty conflicts between the patient and her mother-in-law. When the patient started treatment with EMDR-J, an abuse memory with lasting consequences came up. The patient's treatment was very intense and complex. The author chose several sessions of different periods in order to give an insight in the patient's treatment.

Illustrative photograph by Jörg Garbers

Transcripts of seven sessions:
First session
When the patient starts to process her memories with EMDR-J, she visualizes the door of the living room. There's a bed. The day is pretty and the sky is blue. The walls are white. She is happy heading towards the bedrooms. The bathroom has a different floor. She went to the garage with a dirt floor. There's a shadow and vegetation behind the house. There's a flourishing tree. They ruined the pool and entered the house for dinner. Her dad seems ill. It seems like he is leaving. He isn't at home. Her parents wanted to split up. Her dad was mad and had outbursts. When the patient was fifteen, her dad asked her help to separate from her mother putting a load on her shoulders. The patient went to church, crying and praying. She knew about her mother's suffering, but she couldn't do anything about it. A miracle happened and today her parents are still together. Her therapist asked her to go back to the time when her father seemed to vanish. The patient visualizes her father's genitals and blocks. She thinks about sucking it and feels nauseous. She visualizes her dad fat and naked. Suddenly the scenery changes. She finds herself in her grandmother's house in her grandmother's bedroom. Something happened there with her uncle. She remembers the hallway and the sink where she spit. In her grandmother's bedroom are more beds, a wardrobe and her grandmother's stuff. "In the end nobody helped me!" She has a bad feeling. Her uncle told her what to do and she did it. She isn't sure, if she wanted to. She didn't want to do it. Afterwards her uncle went away as if nothing had happened. The others didn't mind. She felt guilty for doing it. "I took part. I don't deserve help!" She feels the urge to hit him, feeling her blood running in her hands, and to talk to him, making him understand the destruction he caused. She feels the urge to strangle him, to destroy his things, making sure that he loses everything. She wants to tell her dad what happened, making sure that her dad doesn't help her uncle anymore. She visualizes people defending her. She could have said "no". She edited the scene saying "no". She wanted her dad to know and to defend her. Because of the abuse she felt isolated, sad and had problems at school.

Sunday, June 18, 2017

Crianças precisam de rituais

Introdução:
No nosso mundo que favorece a novidade, rituais podem parecer coisas do passado. O que são rituais e para que servem? Rituais acontecem em acordo com certas regras e ficam para muito tempo as mesmas. Tem rituais diários e anuais. Eles servem para transmitir segurança e aconchego auxiliando na orientação no tempo. Uma casa sem rotina deixa a criança confusa, insegura e agressiva.


Rituais diários e anuais:
1. Refeições 
É muito benéfico para a criança e toda família se a família se reúne pelo menos uma vez por dia nã mesa para uma refeição e para conversar com calma. Organize essa refeição de forma mais ritual: arrumar a mesa com carinho, começar juntos, orar ou cantar antes da refeição como forma de agradecimento. 

2. Antes de dormir 
Crianças dormem melhor quando eles praticam um ritual antes de dormir que alivia as tensões do dia e traz aconchego e segurança, por exemplo desenhar, ler uma história, orar juntos, conversar sobre o dia. Esse ritual deve ser intocável e não deve ser tirado da criança como forma de castigo.

3. Aniversário 
Especialmente quando os filhos são pequenos eles curtem um ritual de aniversário que todo ano se repete: mesa de café da manhã enfeitada, bolo com velas, o aniversariante decide o almoço. São essas pequenas coisas e não os grandes presentes que marcam esse dia.

4. Páscoa
Sem deixar de lado o verdadeiro sentido de páscoa, para cada criança, especialmente na idade mágica de quatro a sete anos, é gostoso desenvolver um ritual sobre o coelho de páscoa: preparar o ninho do coelho, preparar as casquinhas, pintar e enfeita-los, procurar os ovos, pegada de coelho etc. Com o tempo o seu filho vai deixar de acreditar no coelho de páscoa de forma natural. 

5. Natal
Além do Papai Noel tem outros rituais para se preparar e valorizar esse tempo precioso em família. Enfeitar a casa, o pinheirinho, ir no culto, comer juntos, ler a história de Natal e músicas natalinas tornam Natal uma data bem especial e não fica só no "vamos para praia".

Conclusão:
Rituais promovem segurança no dia-a-dia e um toque especial para os momentos especiais da vida. O seu filho vai aprender os rituais na sua casa e provavelmente transmitir para a próxima geração sempre revivendo o aconchego que fica associado a esses rituais.

Monday, June 12, 2017

O coração ferido

Introdução:
A paciente desse relato autorizou a transcrição das suas sessões metafóricas. Nessa sessão ela processou a ferida que o seu primeiro namorado causou para o seu coração. Ela sentiu que ela entregou o seu coração e ele avacalhou com ele. Em função disso ela não conseguiu mais confiar esperando que alguém se aproveitasse dela e a decepcionasse.


Transcrição da sessão:
A paciente visualiza a figura do seu primeiro namorado perto dela. Ele está perto dela, mas não se relaciona. Ela se vê ajoelhada. Em seguida ela levanta e aponta para o seu coração que está sangrando. Ele falou que a amava. A paciente fala para ele que ele não a respeitava e não a valorizava. Ela se vê indo embora chorando. Ela gostava muito dele. Ele pede para ela voltar, mas ela diz que não adianta mais. Ela queria embora, mas não queria. O seu coração está pesada e dolorida. Ele fala: "Desculpa então, eu também fui imaturo!" Ela vai para um rio, tira o seu coração e lava o coração. Ela solta o coração no rio e o coração vai descendo uma cachoeira. Ela vai atrás, olhando atrás de uma moita, com um buraco no peito. O coração está brilhando. Ela está ansiosa querendo saber para onde ele vai. O coração para e ela quer pegá-lo. Tem sangue no buraco do peito. Água está lavando o buraco. Ela pensa em pôr o coração de volta, beijando e abraçando o coração. Ela o coloca de volta no peito. O coração está brilhando. O seu primeiro namorado reaparece e quer conversar. A paciente se sente livre e muito bem. Ela diz que ela não tem tempo para conversar e precisa ir embora. A paciente pede para o coração guia-lá. Ela pensa demais e não deixa o coração ir. O coração afirma que existe, mas está escondido. A paciente precisa sentir o seu coração. Ela coloca o coração como rei, pede perdão e afirma que vai segui-ló. O coração responde que não é rei, mas é humilde. Ela e a sua mente assinam um contrato se comprometendo de segui-lo. O coração rasga o papel. "Vocês tem que entrar dentro de mim!" Eles são grandes demais para entrar e diminuem de tamanho. O coração reflete e deixa eles entrar por uma porta. Ela está segurando a mente numa coleirinha. É muito acolhedor dentro do coração. Se soubesse isso, já teria entrado antes. A mente fica quieta. Além do espírito divino não tem nada no coração, somente ela e o cérebro. A mente fica na dela como um cachorrinho. Tem tudo lá dentro. Existe um contato íntimo. A paciente se ajoelha diante de Deus e pede perdão. Ela agradece na certeza que ela vai ter tudo. Ela quer segui-lo. Deus diz: "Vai, filha!" Quando ela sai pela porta do coração, tudo é grande. Ela clama: "Não quero!" Deus responde: "Estou dentro de você, sua boba!" Ela sente medo de enfrentar as coisas lá fora. Tudo é tão grande! O cérebro entra nela. "Me sinta e escuta sempre!" Ela está cheio de amor pelo coração. "Fique atenta fora, mantendo o foco em mim!" A paciente se vê indo. A sua alma gêmea a vê. Eles estão se reconhecendo e se beijando.

Conclusão:
Nessa sessão a paciente trabalhou a mágoa do seu primeiro namorado. A ferida é limpada de forma metafórica. Ela aprende confiar em Deus e no seu coração. Mente e coração entram em sintonia. Ela acha a coragem e a esperança de encontrar um novo amor.

Monday, June 5, 2017

A hora de dormir

Introdução:
Cada pessoa, cada criança precisa de sono suficiente. Se faltar sono, a criança fica chata, não consegue prestar atenção, facilmente se irrita e dificilmente brinca sossegada. Mas se o sono faz tão bem, por que os nossos filhos fazem tanta guerra para ir para cama? Ir dormir significa separação dos pais. A maioria das crianças tem dificuldade com isso, especialmente os pequenininhos.


Dicas para ajudar o seu filho dormir:
1. Tire um tempo especial para o seu filho antes de dormir!
Quando chega a hora de dormir, a cabeça da criança está cheia de impressões do dia. Faz muito bem quando os pais tiram um tempo para conversar, falar sobre as preocupações da criança, fazer um joguinho ou ler uma história. Assistir TV juntos não substituí esse tempo especial porque não existe interação. É bom combinar antes quanto tempo vai levar esse tempo especial e ser fiel a esse compromisso. Se o seu filho sabe que você vai cumprir o combinado e não vai negociar, ele vai se acostumar com esse ritual sem sempre pedir mais atenção. Assim a hora de dormir fica gostosa e a criança vai curtir esse momento sem gerar brigas.

2. Mantenha cada noite a mesma rotina!
É uma ajuda quando a criança tem cada noite a mesma rotina: tomar banho, colocar pijama, escovar os dentes, ir para cama. A hora de dormir deveria ser mais ou menos a mesma. Assim o filho se acostuma com um ritual saudável e você evita brigas.

3. Tenha paciência e clareza na ordem!
Com crianças que sempre saem de novo da cama e começam berrar, os pais precisam de muita paciência e clareza na ordem. Não adianta brigar. É mais fácil explicar com clareza que a porta do quarto vai ficar aberta enquanto elas ficam deitadas mas fechada se levantar.

Conclusão:
Todas as crianças podem aprender dormir sozinhos. O ritual antes de dormir e uma rotina de casa saudável dá segurança para a criança. Brigas e sustos noturnos perturbam, estabilidade e paz promovem segurança e um bom sono.

Monday, May 22, 2017

O livro "Cores, símbolos e vampiros, Vol.2"

Apresentação
Depois do livro „EMDR-J: uma abordagem terapêutica rápida e profunda“, onde eu expliquei o meu trabalho em geral, „Cores, símbolos e vampiros“ foca na terapia metafórica que foi desenvolvida observando o trabalho terapêutico dos meus pacientes mais criativos.

Foi uma quebra de paradigma e um ato de coragem enorme de mergulhar sem restrições na linguagem original do inconsciente. Fico maravilhada com os recursos do inconsciente de auto-cura. Quando deixado livre para processar os conflitos emocionais na sua própria linguagem, que nós conhecemos dos nossos sonhos, o inconsciente não tem nenhuma necessidade de interpretação. A cura acontece mesmo se o paciente não entende as suas produções metafóricas com a sua mente consciente.

Depois do volume 1, que foi lançado no ano passado, apresento agora o volume 2, uma coletânea das sessões metaforicas que foram publicadas durante o ano no meu blog.





Link para baixar o livro gratuitamente:
https://www.dropbox.com/s/3cfl737jvpuyp8g/Cores%2C%20s%C3%ADmbolos%20e%20vampiros.%20vol.2.pdf?dl=0

Monday, May 15, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 8)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte1) me relatou que ela foi visitar a mãe. Tudo correu bem. A paciente resolveu deixar G (veja parte 7) no passado. Ela disse que agora ela ficou despreocupada com o seu lado feminino (veja parte 2). Pedi para a paciente focar no seu lado mulher para identificar as mudanças e verificar se ficou uma pendência.

Ilustração: Duda Maria

Oitava sessão metafórica:
A paciente está se olhando no espelho no seu apartamento. Ela está de vestido. A borda está ficando vermelha e rasgada. O cenário está mudando. Ela se vê andando na rua pisando numa poça. O cenário fica roxo. Ela se imaginou andando e esbarrando em tijolo. Ela ficou com estampa de tijolo. A paciente sente insegurança. Ela lembra que foi com sua amiga R e mais duas amigas para um pub. Elas viram dois caras estranhos de 35 anos. O lugar era pequeno e os dois as seguiram parecendo tarados. A paciente encarou um dos caras, mas eles não pararam. Foi muito desagradável. Elas pagaram a conta e os caras vieram atrás delas. Elas correram para casa. Ficou uma insegurança para sair de noite depois das 19:00. 
Pedi para a paciente focar no acontecimento no pub para trabalhar o ocorrido no nível metafórico. A paciente visualiza o cenário do pub. Dois caras estão se aproximando. As outras pessoas ela vê somente como sombras. Os dois caras ela visualiza nítidos como gosma. Ela pega a sua bebida e a jogá na cara deles. Ela não vê a sua amiga R. O cara se transforma em baratas pequenas. A paciente tenta pisar nelas. As baratas estão se multiplicando. Ela sente muita agonia. Tudo está infestado. Ela pega a bebida e a joga no chão. O chão pega fogo e ela sai correndo. Ela foi para rua e vê um grupo de zumbis. Ela coloca a mão no bolso e tira um canivete. Ela vê uma luz e está saindo das sombras. Ela pega o canivete e sai correndo. Os zumbis estão a seguindo. Ela chega em casa de canivete e deita na sua cama. Está clareando. A noite acabou. Ela está olhando para o teto. A paciente volta para o pub num outro dia. Tem caraokê. Ela vê dois caras esperando o sinal para partir por cima dela. Ela está sozinha. Eles estão a agarrando. A paciente lembra de meninos que se aproximaram dela por interesse. Ela se sente suja e gosmenta. Ela tenta chuta-los. Ela fecha os olhos. Fumaça preta está se solidificando. A paciente pega um canivete dourado, dá uma facada e rasga a fumaça. Está saindo sangue da massa preta. Ela entra num rasgo. Tudo está vermelho. Ela sai num cano em Curitiba no meio da rua. Tudo está cheio de água vermelha. Caminhando pela rua a paciente tenta se livrar daquilo. Ela encontra um amigo. Ela conhece a galera de lá. A paciente desabafa sobre os amigos que se aproximaram por interesse. Ela se vê andando pelo parque. Vendo os amigos ela se tranquiliza.


Aqui termino o relato das sessões metaforicas dessa paciente. Ainda trabalhamos os seus conflitos escolares, sua aversão à matemática e sua ansiedade em relação ao futuro. A paciente conseguiu aproveitar cada sessão e usar os seus recursos para achar soluções criativas para os seus conflitos emocionais.

Monday, May 8, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 7)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte 1) relatou no início da sua sétima sessão metafórica que ela se mudou para o seu apartamento. A primeira noite ela não dormiu bem. Ela convidou amigos para dormir com ela no AP e até convidou a mãe e fez um bolo para ela. A mãe não reclamou de nada. A paciente me contou sobre a sua angústia em relação ao menino G. Ela estava gostando dele e se sentiu traída por ele. Ficou uma pendência que ela queria resolver. Decidimos focar nessa sessão no seu relacionamento mal resolvido com G.
Ilustração: Duda Maria


Sétima sessão metafórica:
A paciente lembra de lugares que remetem a G. Ela lembra do prédio abandonado onde ela disse que gostava dele. No dia estava trovejando. Ela lembra do dia que eles se viam a primeira vez pessoalmente. Ele foi num evento por ela. Ela gosta dele porque ele é um desafio. Ela lembra da traição e se vê chorando no meio de travesseiros, se sentindo apunhalada, sem ódio mas com muita tristeza. Ela queria entender o que aconteceu. Ela vê a sombra embaixo das cobertas perguntando o que foi. Ela se vê no topo de um prédio com as pichações dele fantasiando com a sua morte. Ela cai do prédio junto com a sombra que se torna rede. A sombra a levanta do chão e sobe nas costas dela. A sombra é bem pesada e está a achatando. "Ele não liga! Só tu estás fantasiando! Não é recíproco!" A sombra pega na sua mão. Ele pediu o número dela. Eles marcaram para se encontrar na escadaria da igreja. Ela está muito nervosa, ele muito na dele. Ele parece distante. A paciente chora um pouco. Ela o vê se afastando. Ele virou sombra, está derretendo.  Pessoas estão berrando É uma fenda está se abrindo. Ele caiu na fenda atraindo ela para lá. Ela tenta subir mas cai na fenda. A cabeça dele está girando num cenário preto, vermelho, azul e roxo. Ele a olha com desprezo a julgando inferior. Ela se sente pressionada, cava um buraco no chão e fica em posição fetal. Um vento bate e a descobre. Ela para na cabeça de G como se fosse cabelo dele. Ela se sente segura e começa a descer para o cérebro dele procurando nas gavetas cerebrais pelo motivo da traição. Ela só encontra folhas brancas. Ela chacoalha as bochechas dele querendo entender. Ele vai colocá-lá para baixo como B. "Melhor esquecer!" A depressão atrai. Ela quer tirar a pessoa da depressão.  Foi ruim o final na escada. Ela tentou ser legal. Ela sente que todos estão a olhando e julgando. Ela foi muito infantil, sente vergonha e decepção. A paciente quer mostrar que ela amadureceu. Ela se sente constrangida se vendo num mar cinza do qual não pode sair. Os pais de G eram ricos. Eles se separam. G entrou em conflito com o seu pai e sua mãe foi embora. G ele virou menino de rua. Ele vive num mundo à parte.


Veja como a história continua na semana que vem!

Tuesday, May 2, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 6)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte 1) relatou no início da sua sexta sessão metafórica que ela almoçou com a mãe e as tias. A mãe a elogiou e apoiou a sua decisão de morar sozinha. A paciente confidenciou para a mãe que está fazendo terapia. Ela relatou com alegria que vai se mudar para o seu apartamento no final de semana. A paciente parece mais ágil e decidida.

Ilustração: Duda Maria

Sexta sessão metafórica:
A paciente se imaginou dentro do apartamento. Tem uma fumaça preta com olhos e um sorriso. Sua amiga R abre a porta, decora tudo em rosa e varre o apartamento. A fumaça vai para o teto. Enquanto que está decorando o AP com a R a sombra está as olhando. Quando R fecha a porta, a sombra desce e senta no sofá verde-escuro. A sombra está tomando chá com a paciente. "Por quê quer se livrar de mim?" Ela visualiza várias pessoas do seu convívio na sombra. Revoltada ela vai para o AP do lado que é muito branco. A sombra não consegue ir para o espaço branco. Ela vê pessoas passando. Faz cinco anos que a paciente quer morar no centro. A sombra representa a sua insegurança. A mãe sempre a alertou muito. A paciente se sente tensa, sempre cuidando. Ela só vai em dois lugares para dançar. Ela tem receio de abrir a porta e medo de assalto. Para a mãe tudo é perigoso. A sua mãe controla tudo, ligando o tempo todo. Ela está sempre alerta, vigiando. A paciente se imaginou deitada no sofa-cama. O teto é de pano. A sombra do tamanho da porta a envolve. Ela sente agonia. Tentando pegar um megafone ela entra num túnel e sai num cenário tipo "Alice" com Verde, sol e passarinhos. Ela vai para um castelo. O mordomo mostra os quartos que são do seu AP. Tem uma fechadura grande. Ela tem que virar a chave. R vem e a ajuda. Ela se tranca e tudo fica bem.

Na semana que vem tem mais!

Monday, April 24, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 5)

Introdução:
A paciente apresentada em "A viagem de Chihiro" (parte 1) se queixou no início da sua quinta sessão metafórica que ela se sente usada em função da sua carência. Decidimos partir dessa sensação e ver que imagens o inconsciente iria usar para trabalhar o seu sofrimento. A paciente me contou com alegria e um certo temor que ela vai poder morar sozinha num apartamento bem no centro, perto de tudo.

Ilustração: Duda Maria

Quinta sessão metafórica:
A paciente se vê andando com o menino R. Aparecem os rostos de outros meninos do seu convívio girando em torno dela. Cada um tem uma borda de cor diferente. Eles aparecem com sorriso malicioso num plano preto. Braços a pegam, apertando o corpo. Com raiva ela morde a mão de alguém. Ela aumenta de tamanho, fica gigante e sai da caixa. Ela mete o pé na caixa e esmaga as cabeças. Saindo da caixa ela encontra grama e praia. A paciente sente culpa por ter esmagada a cabeça de B. Ela queria estar no seu apartamento,  tenta se imaginar nele, mas não consegue. Ela olha para a praia e a caixa vira uma caixa de presentes. A paciente vira um urso gigante laranja-amarelo. Depois a cor muda para azul. Ela teve um pesadelo. O urso canta a canção dos ursos para ela. Ela se vê no seu apartamento. A chave vem no dia 20. Ela vai dar uma cópia para a sua amiga R. A paciente se imaginou escolhendo as coisas para o apartamento. Ela está retomando o cenário da sessão passada onde ela aparece toda rabiscada. Ela se vê de cabelo curto com vontade de chorar. Ela vai para o chuveiro, a água está caindo e o cabelo está crescendo muito. Ela abriu o ralo e o cabelo foi pelo ralo. Ela se enxugou e sentou num sofa-cama. O ambiente está escuro. Tem uma árvore em frente do apartamento. "Eu posso ir lá fora!" Ela se desenha de cabelo curto se imaginando no meio da sala de bruços. As lágrimas estão escorrendo e as pernas estão moles e formigando. Ela olha para a porta. A luz ainda é sombria. O trinco caiu. Ela está trancada. A paciente se vê rabiscando as paredes e o chão em espiral. Ela desenha uma porta preta em forma de um traçado, encaixa uma maçaneta e abre a porta. Ela sai do apartamento. Lá fora é sombril e na rua tem uma neblina sombrosa. Ela tenta ir para um café. Tudo continua sombril como no apartamento que materializa a sombra. "Não deixe a parte cinza te dominar!" Ela está lembrando da música e dos shows. Ela se sente afastada dos seus colegas. Parece que falta força nas relações. Ela sente decepção, solidão e insegurança. Ela sempre foi amiga de todos, mas agora não se sente bemquista. Ela criou uma bolha. Pensando na vida ela sente vontade de chorar. Ela tem muita pressa de viver, quer histórias para contar. A paciente admira pessoas soltas. 

Semana que vem continua!

Monday, April 17, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 4)

Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "A viagem de Chihiro" apareceu na sua quarta sessão metafórica agoniada com a menina M. mencionada na segunda sessão (parte 2). Amigos comentaram no final de semana que M está se afundando em drogas e avacalha com muitos meninos. Decidimos começar a quarta sessão focando em M. Para compreender melhor o que acontece na sessão, a leitura da parte 2 é recomendada como pré-requisito.

Ilustração: Duda Maria

Quarta sessão metafórica:
A paciente se encontra de frente para M no caminho para o milharal. O céu é de um laranja forte. M aparece apagada, de cabeça baixa em roxo. O cenário se transforma num redemoinho. A paciente se vê no meio do furacão. Tudo é cinza e roxa. M está berrando de raiva, pedindo socorro. M está girando, perdendo forças e mais apagada. M está desaparecendo no mar. A paciente cai no mar. O céu está laranja e o mar muito escuro. Ela está afundando devagar. Está escurecendo. Uma baleia a engole. Ela cai no intestino rosa e sai nas costas. Ela vai para o céu para a asa de um avião. Tem uma camada de nuvens brancas. Ela vê uma baleia e um peixe flutuando. Ela tenta ir nas costas e no branco das nuvens. Ela consegue pisar nas nuvens. Tem fumaça em volta que torna o cenário cinza. A paciente está sentindo um pouco de medo. "M está voltando?" Embaixo domina a cor laranja. O mar está roxo. Ela encontra uma escada de folhas. A paciente vê baleias e sobe numa delas. Elas mergulham. A baleia freia e sai das nuvens num precipício perto do mar. Ela vê um outro castelo. Atrás o céu está girando cinza e roxo. Ela vai em direção do castelo. Pessoas estão a olhando com constrangimento. Ela se desloca rapidamente pelos corredores e quartos. Num quarto ela me vê escrevendo perto do piano. Cores diferentes causam sentimentos diferentes. O menino está num quarto. As cores estão embaralhando. Tudo gira. A sala branca está sem bolha. Tem pessoas. O corredor brilha. A paciente chega na sala onde estava o vírus. O vírus sumiu e tem cores vibrantes. Ela fica zona a e enjoada olhando para o redemoinho de cores. Parece um arco-íris. Ela tenta sair se questionando a respeito do futuro. Ela mergulha no redemoinho de cores como em água. Tem algumas janelas. A paciente se vê pequena indo para aula. Numa outra janela ela se vê como mulher desenhando. Numa outra janela tem uma cama de hospital. Ela vê o passado e o futuro. "Cadê a mãe?" No hospital a mãe está ao seu lado com cabelo laranja. Um bichinho puxou o ralo. A paciente cai no ralo e se encontra numa sala toda preta. Ela acha pedras e as taça na parede. Aparecem óculos. Ela coloca os óculos e enxerga bactérias pretas e uma parede laranja. As bactérias estão com medo, prontos para atacar. Tem janelas nas paredes. Ela está encostando numa parede. Uma bactéria assustada está atacando de leve. Ela tira a bactéria com nojo. As bactérias estão se reunindo para se defender. Elas formam uma gosma. As paredes estão girando em espiral, ficando menor. A paciente se sente zonza, as paredes a apertando. As paredes caem e ela se encontra numa selva. Tem uma montanha cheio de rochas e uma cachoeira. A paciente está experimentando vários cenários. Aparece uma sala com xícaras bonitas, um coelho branco como no filme "Alice" e muito chá. Ela está deitada, de barriga cheia, se vendo de cima. Ela observa o coelho que mexe nos bolsos do casaco. Irritada ela abraça o coelho. Ele é de pelúcia. Sonolenta ela anda pelo corredor. A mãe está dormindo no outro quarto. De camisolinha branca ela volta para cama. Ela abre a janela e pula. É um condomínio de filme. Ela está indo em direção à cidade, comendo num Subway. Ela está descalça com pé frio e preguiça.  Ela não quer ir longe. Os prédios estão amarelos. Tudo é pesado. Ela está deitada num caminhão vermelho. É cansativo. Dói a vista. Ela está na caçamba, olhando para cima. O caminhão a leva. Tem construções amarelas, um céu limpo e prédios pichados de São Paulo. Os prédios estão altos. Tem música criolo. Ela está muito cansada. O caminhão freia e ela se encontra embaixo de um viaduto em Curitiba. Ela se sente muito animada. Parece Japão. Tem pessoas.  Ela está frustrada que não achou todos que queria e que as pessoas aparecem bem rápido. Ela está chorando, agindo como criança. Um menino aparece e a acalma. Ele dá um milho para ela. Pessoas estão chegando. A paciente está aliviada. As pessoas estão apagando. Todos somem. As luzes estão se apagando. "Talvez não dá certo ir para Curitiba nos finais de semana." O cenário fica cinza e nublado. M aparece com cabelo solto dando risada. M diz: "Eu tenho todos eles! Tu nunca vais ter!" M parece louca, tomando remédios. M bloqueia a entrada, a paciente não consegue sair. M está mais alterada. Um ex de M está assustado e  se ajoelha. M está chorando. "Me poupe!" A paciente se vê andando sozinha pelas ruas de Curitiba. Ela está com a chave para um prédio iluminado. Ela deita e olha pela janela. É nublado e chuvoso. Como em B perto da loja da mãe. Olhando pela janela ela se toca que precisa fazer algo. Ela está sem fome e está desenhando em si mesmo. Ela percebe que está completamente desenhado. Ela fica triste com aquilo, ficando sozinha e toda pintada no escuro. Ela se ajoelha e percebe que se sente assim quando briga com a mãe. Ela põe o seu casaco cinza com capuz e vai para rua. Dá para ver que ela está toda riscada. As pessoas estão estranhando. Ela se sente muito triste e louca como M. As pessoas estão se afastando. Ela tem um borrão na sua cara. Ela anda sem sair do lugar. Ela tenta enfiar a sua cara no chão como um avestruz, mas não consegue. Ela fic com raiva e mais constrangida ainda. Ela está ajoelhada no chão. O menino se aproxima. Ela está no colo dele. Ela sente um incômodo e fica com raiva daquilo. Ela está correndo e chorando. Ela sabe que ele só quis ajudar. O menino a olha com raiva.

Semana que vem tem mais! Até logo!

Monday, April 10, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 3)

Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "A viagem de Chihiro" reviveu na sessão passada (parte 2) o cenário de um pesadelo que ela teve um tempo atrás. Na sua terceira sessão metafórica ela parte desse pesadelo e deixa se levar pelo trabalho do seu inconsciente para resolver os seus conflitos emocionais envolvendo medo e carência. 

Ilustração: Duda Maria

Terceira sessão metafórica:
A paciente volta para o cenário do pesadelo. No corredor aparece uma menina de cabelo laranja e rosto arrogante. A paciente segue em frente em direção da cidade. Ela vê um prédio grande. Olhando para trás ela vê uma junção de corredores. Ela está chegando à luz. A claridade está diminuindo. O prédio está alto e fino. Ela olha para cima e vê as janelas do prédio azul. As janelas estão quebrando e cordas saem das janelas. Tem um labirinto no prédio. A paciente começa correr. A cidade cinza desaparece. As paredes são de grama e o chão é de areia. Ela não sai do lugar. Ela caminha e corre. Ela foge do demônio que está lá, atravessa paredes e acha uma saída. O cenário é cinza da neblina. Aparecem um campo verde clarinho, céu azul e montanhas. Ela olha para trás. O demônio não consegue sair de lá. A paciente está caminhando, se aproximando da parede das montanhas. Tem uma entrada bonita, pesada para abrir e um elevador quadrado com os laterais transparentes. Ela chega em cima. Tem só um deserto. Faltam pessoas. No outro lado tem mais movimento. Ela anda e encontra cisnes enormes. Ela sente vergonha e medo de pedir para ir para o outro lado. Ela resolve pedir e sobe insegura. Tem ovos coloridos no outro lado e neblina laranja. Ela vai em direção de uma cidade que se afasta. A parede a suga. Ela entra. As cores são frias. Não tem ninguém. Os prédios estão vazios. Ela vê a porta de um shopping na cidade B. Tem pessoas. Ela queria encontrar a sua amiga R. A paciente não sabe o que quer fazer. Ela vai para outra escada rolante até a entrada para o cinema 3D. Ela passa um corredor rosa-branco listrado. Tem um espaço branco redondo. Uma parte flutua. É um filme de aníme. A paciente se encontra dentro de um videogame. Um vírus é o vilão. O cenário é laranja, azul e vermelho. Aparece uma arena com telões. O objetivo é destruir o vilão. Ela se posiciona em frente dele e se prepara para a luta. Aparecem os rostos de amigos e meninos com quais se relacionou. Tem armas. Ela sai da arena sem gravidade e aproxima dos telões. Tem uma multidão em cada um. Ela sabe que precisa fazer algo e tenta atacar o vírus de novo. O vírus se choca contra a parede. O lugar está diminuindo e a engolindo. Cada telão tem borda. O cenário está em rosa, amarelo e verde. O vírus revida e a jogá contra os telões. O cenário vira cinza. Tem um criação e o vírus desaparece. A paciente se encontra dentro da bolha. Ela fica com raiva quando ela surta com a mãe. Ela se vê no seu quarto berrando. Não tem como sair de lá. Ela se sente tensa, apertando tudo. A paciente está caindo num cenário preto. Ela se sente flutuando num vazio preto. A cabeça da mãe aparece. O cenário muda para laranja, amarelo e roxo. A mãe está calada, chorando em vermelho. A paciente se vê cruzando os braços. Ela não escuta o que a mãe fala. A paciente se vê por inteiro. Da mãe só aparece a cabeça. O cenário está azul claro. Quando ela se mexe, a mãe vai junto. Ela tenta se mexer. A mãe está se destraindo. A paciente acha um ralo com luz amarela. Ela está nadando até o ralo. Ela se sente culpada por ter enganado a mãe. A paciente vai para uma piscina e para o mar. Tem um píer de barcos. Não tem ninguém. Aparece a imagem de um menino que poderia fazer companhia. Ele a alcança uma toalha verde. Eles estão caminhando. O menino está de casaco roxo. Ela pede para entrar no casaco dele. Está bem quentinho e seguro. Ela se sente como um bebê. Ela atravessa a floresta e chega num castelo medieval com um tapete vermelho. Ela vê pessoas na mesa jantando. Parece que é a família do menino. A paciente sente vontade de rir com eles. Eles a oferecem sopa. Ela sai do casaco. Ele fica com vergonha e diz que ela está com vergonha. Ela pede se tem masmorra. Ele diz que não. Ela vê uma sala branca, bonita mas não luxuosa. No segundo piso tem vários quartos. O cenário é branco e dourado. O quarto dele é verde. É um quarto macio, em relevo com vista para o mar. O mar violento está batendo nas rochas. Ela vê o pôr-do-sol e volta para dentro do quarto. O pai entra feliz com caldeirão de sopa. O menino está envergonhado. Ela deita com o menino encostada no peito dele. As coisas estão ficando roxas e estão girando. Aparecem pensamentos ruins. Ela abraça a barriga dele. Ele a consola. Vem um sentimento ruim. Ela tem medo que o demônio apareça de novo. Eles levantam com o grito da mãe dele. A sala está vermelha-bordeaux. O pai está se transformando em demônio. A sopa ficou escura e as paredes estão derretendo. Um creme está sugando tudo e leva o menino. A paciente fica com raiva do creme. Ela come o creme e desmaia. Ela está num hospital vestindo roupa verde clarinho. Tem tubos. Ela não consegue se mexer. O menino está ao seu lado. Ela não consegue falar nada. Ele diz que vai ficar tudo bem. Ela acorda. Ele não está mais lá. O ambiente é agradável. O dia é bonito. O ambiente está cheio. Ela ficou internada porquê o estômago parou. A paciente lembra que a mãe cuidava dela quando ela ficou internada. Era um quarto particular com TV a cabo. A mãe estava de lado. A paciente não queria ir embora. Ela está olhando um tempo pela janela. O enfermeiro quer dar uma volta. Ela se sente muito desconfortável na cadeira. A enfermeira tira ela com a cama e passeia pelo hospital. A situação é confortável. Tem uma rampa no final do corredor. Ela tem medo que a enfermeira a solta. Ela sente vontade de colocar todos os remédios na boca. Os remédios são rosinhos. A enfermeira a deixa isolada numa outra sala. A paciente não quer que a enfermeira cuide dela. Só vestindo a roupa de baixo o menino faz curativos. A paciente me conta que ela tem uma fixação por curativos. Ela bota um shorts e uma camisa branca larga de menino. Eles saem do hospital. É um dia lindo. Eles estão andando abraçados na cidade B. com um pouco de medo mas se sentindo bem.

Semana que vem a história continua! Fique ligada nas próximas sessões! 

Monday, April 3, 2017

Terapia metafórica: "A viagem de Chihiro" (parte 2)

Introdução:
A paciente apresentada na parte 1 de "Viagem de Chihiro" me contou no início da sua segunda sessão metafórica sobre as suas lutas com a sua feminilidade. A mãe da paciente não representa uma boa referência feminina, mas cobra da sua filha que deveria se vestir melhor. A paciente se preocupa que os meninos poderiam a achar muito moleque. No decorrer da segunda sessão metafórica aparece a dificuldade de relacionamento e sua insegurança social representada pela bolha.

Ilustração: Duda Maria

Segunda sessão metafórica:
A paciente se vê no espelho e visualiza as roupas que vestia. Ela lembra da calça Tactel que vestia na sétima série e os tênis de menino de skate. Aparecem cenas do seu antigo colégio. A calça Tactel se destaca. V. era sua amiga, mas aprontava e falava mal dela. A mãe está passando pelo quarto. A paciente está se olhando no espelho. Ela lembra de um cara com quem ficou. Ele não se importava com o jeito como se vestia. Estão sentados no carro e um amigo diz que deveriam gostar dela independente da roupa. Ela lembra dos meninos com quais ficava e que gostaram dela. A paciente lembra que fez compras numa cidade. Ela não gosta de estilo feminino frágil. Ela tem receio de não ser levada a sério se ela se veste feminina demais. Ela teme ser desconsiderada. A paciente lembra de exemplos de feminilidade forte. A mãe dela não queria ser feminina para ser respeitada. A paciente lembra da mãe andando de bici. Quando a paciente foi num show ela se sentiu moleque e as outras meninas bem femininas. Um cara disse que ela tem que ser como ela é. M. é o ideal de mulher. A paciente sente ciúmes dela. Muitas pessoas acham M. irritante. M. aparece em cinza e roxo, a paciente amarela. M. está embaixo, a paciente em cima. M. está ficando maior. As pessoas atrás aparecem em verde e rosa. O olho da M. está vermelha. Aparece um amarelo que está ficando branco. O brilho diminue. Tem pessoas que estão contra M. A paciente admira M., mas M. A odeia. Tem pessoas apoiando a paciente. Uma cor azul está vindo debaixo. A paciente caiu no mar. Tinha amarelo em volta do corpo. Sua cor desapareceu no mar. M. está grande. A paciente abre a boca e mergulha no mar verde-musgo. Ela vê caveiras e nada para baixo. Ela chega numa praia com areia de um amarelo queimado. Ela entra num matagal, se embrulha numa toalha vermelha É vai para um abrigo de pedra. Ela sabe que tem que sair dali e sobe para pegar um táxi amarelo. O motorista de boné está fugindo de algo. A paciente sente um pouco de medo. A estrada vai em espiral. Tudo está girando em branco com preto. A estrada vira um prato. Ela cai num restaurante antigo com prato feito.Alguém está na sua frente. Tem movimento na rua e prédios. É final da tarde. Ela foi até o meio da rua. Pessoas estão fechando as portas e desaparecem. Tudo está congelando. É frio e ela está de shorts. A cidade C. é fria. Um amigo a emprestou um casaco cinza. O cenário é branco e azul. O amigo aparece com luz laranja. A paciente está com frio e vontade de chorar. O amigo a acolhe. Tudo vai ficar bem! Eles estão agachados num parque sem gelo. Ela sobe nas costas do amigo. Ela não quer se apegar mais ainda. Ela corre, o parque acaba e a água se torna violeta. Ela corre para um lado e cai num vazio. A paciente sente medo. Ela está escorregando. Aparece o cenário de um jantar. Ela está sentada na mesa com outras pessoas com a roupa simples que está usando na sessão. Ela sente vergonha de aceitar as coisas e nega comida mesmo que está morrendo de fome. Ela disse que não queria comer porquê achou que faltou prato. Ela se sente inferior. Parece que ela não merece comer. A paciente está chateada consigo mesmo. Ela se menospreza e criou uma bolha onde todos a odeiam. Ela foca naquela bolha e se vê numa sala branca vazia com grama no chão. Ela está sentada dentro da bolha de vidro. Pessoas tentam se aproximar, aranhando a bolha. A paciente teme que a bolha quebre. A sala é vermelha, preto e roxo. A bolha continua. Ela visualiza uma ilha suspensa. O mar é roxo. Bem distante ela vê uma cidade que irradia luz branca e amarela. O mar está agitado. Ela está se segurando na grama, arrancando pedaços. Tudo desmorona e ela cai no mar. Uma esfera cai em cima dela. A cidade está suspensa. Pessoas jogam cordas. Ela sai da água. A luz diminue quanto mais chega perto da cidade. A esfera e a Ilha continuam lá. A cidade é vermelha-bordeaux. Tem morcegos pretos. Ela teve que entrar numa casa. O cenário se parece com um pesadelo que a paciente teve. Era o início de um jogo. Ela teve que escolher crianças desaparecidas. No jogo tem um demônio com olhos vermelhos. Ela vê uma cesta de comida e um bicho. A paciente tenta sair dessa casa. Ela corre pela cidade, se apoiando nas paredes. Num corredor preto alguma coisa está vindo ao seu encontro.

Veja na semana que vem como a viagem continua na terceira sessão!