Monday, August 8, 2016

Trauma da perda do pai

Apresentação da paciente:
A paciente relatou que estava fazendo terapia há nove anos. Ela estava sentindo um desequilíbrio emocional muito grande destacando tristeza e raiva. Tendo nascido num lar com um pai alcoólatra que faleceu recentemente, ela presenciou muita briga. A paciente teve uma relação forte com o pai e um relacionamento tumultuado com a mãe. Uma briga, que a paciente teve com a sua mãe pouco antes do falecimento do pai, marcou muito. A paciente se descreveu como insegura para trabalhar tendo a impressão que possuísse nenhum dom. Quando ela começou a passar o Traumavit Gel, um produto da Medicina quântica que a receitei para acessar e processar os seus traumas, ela se sentia muito mexida. Eu comecei o processamento da vida da paciente com EMDR-J pedindo que acessasse a sua primeira casa da infância. Pela minha surpresa a paciente reviveu sensações intra-uterinas e peri-natais para depois processar o luto do pai e o conflito com a mãe. Em seguida apresento as transcrições da quinta e sexta sessão da paciente tratando a perda do pai.

Ilustração: Trauma da perda do pai

Transcrições da quinta e sexta sessão da paciente:
Quinta sessão:
A paciente relata no início da sessão que ela está bem envolvida num projeto de trabalho, cheio de ideias e criatividade. O falecimento do vô do marido remeteu ela à morte do pai como o velório do pai aconteceu no mesmo local. Ela sonhou com o pai com um semblante triste. Sugeri acessar a memória do sonho para processar o falecimento do pai. Começando o processamento a paciente teve uma sensação como se não precisasse respirar. De repente entra uma tristeza muito grande misturada com saudade lembrando do pai cuidando deles quando ela era pequena. A paciente lembra com nitidez o dia no hospital. Era só ela e a mãe nesse dia. A irmã viajou e o irmão estava longe. O pai estava internado. Ela viu medo nele. Ele sabia que iria morrer. Ele disse que estava com dor. Era cedo. Ela não conseguiu abraçá-ló. Ela queria ter amparado ele melhor, ter agradecido e dito que o amava. Continuando o processamento com EMDR-J incentivei a paciente a imaginar dizendo o que ela queria ter falado. A paciente acalmou.

Sexta sessão:
Voltando para a cena do pai no hospital a paciente percebe que ainda tem uma tristeza, mas ela não está conectada com essa tristeza. Ela não achou que ele iria morrer. Ela ainda brincou com ele. Ele disse que era cedo. Ela estava com ele quando ele estava morrendo e ela não deu importância. Nesse dia ela brigou com a mãe saindo do hospital para tratar os cachorros da irmã. A mãe a culpou depois que o pai tivesse desencarnado por causa da briga. No pensamento espírita da paciente o pai veio para ser a ponte entre ela e a mãe. Quando a paciente acessa a culpa, que a mãe jogou nela, com EMDR-J ela chora compulsivamente com a cabeça caída para frente segurando o peito. Ela sente muita dor no peito. Ela sente como se estiver caindo num abismo. Tudo acabou! Ela sente muita dor. Até esse momento ela não se permitiu sentir a dor e colocar o sofrimento para fora. Voltando para a dor ela chora mais um pouco. A tristeza está aliviando e a paciente está acalmando. Ela abre um sorriso se vendo abraçando ele e fazendo carinho enquanto ele estava indo. A paciente está calma. Ela se vê dizendo para ele confiar que eles vão se reencontrar. Ela espera que essa imagem chega no pai e o deixa feliz porque quando sonhou com ele, ele não parecia feliz. A paciente sente que o pai foi embora. Ela se sente bem mais leve.

Conclusão:
Em duas sessões com EMDR-J a paciente conseguiu acessar a dor da perda do pai e fazer o luto que ela tinha evitado por medo do sofrimento. Ela editou a última memória que ela teve do pai e achou paz.